O YouTube anunciou uma nova política de verificação etária que utilizará tecnologias avançadas para estimar a idade real dos usuários, com o objetivo de reforçar a proteção de menores de 18 anos. A plataforma, pertencente à Alphabet (empresa-mãe do Google), afirmou que a medida tem como foco identificar usuários que inserem informações falsas de data de nascimento ao criar ou gerenciar suas contas.
Segundo o comunicado oficial, a nova tecnologia será implantada nas próximas semanas, de forma gradual, começando por um grupo restrito de usuários nos Estados Unidos. A iniciativa visa garantir que conteúdos e funcionalidades restritos por idade sejam exibidos apenas para maiores de idade, especialmente diante de pressões crescentes de reguladores globais em relação à segurança de crianças e adolescentes na internet.
A verificação funcionará de forma semiautomática e proativa: algoritmos de inteligência artificial e aprendizado de máquina irão analisar sinais comportamentais, padrões de uso e outras informações contextuais para inferir a idade provável do usuário, mesmo quando os dados informados não condizem com a realidade.
Caso o sistema detecte inconsistências ou suspeite que a idade declarada não seja precisa, o usuário será solicitado a confirmar sua identidade por meio de um dos seguintes métodos:
- Envio de um documento oficial com foto (como carteira de identidade ou passaporte);
- Confirmação via cartão de crédito (sem cobrança, apenas como verificação de maioridade);
- Captura de uma selfie que será processada por IA para estimar a idade aproximada.
O Google afirma que essas verificações serão conduzidas em conformidade com suas políticas de privacidade e proteção de dados, com criptografia e exclusão segura das informações após o processo ser concluído.
A mudança é parte de uma série de medidas que o YouTube vem adotando nos últimos anos para proteger usuários jovens. Em 2021, por exemplo, a plataforma passou a definir vídeos como privados por padrão para contas de menores de 18 anos, além de desativar a reprodução automática e limitar notificações em dispositivos usados por adolescentes.
Entidades de proteção à infância e autoridades regulatórias, como a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) e a União Europeia, têm pressionado as plataformas digitais para que fortaleçam mecanismos de verificação etária e limitem a exposição de menores a conteúdos inapropriados ou publicidade direcionada.
Apesar dos avanços, o uso de IA para inferência etária ainda levanta debates sobre privacidade, viés algorítmico e risco de falsos positivos — especialmente quando se baseia em análises de comportamento ou reconhecimento facial. O Google afirma estar trabalhando com especialistas para calibrar o sistema de forma justa e precisa.
Por ora, a implementação será limitada aos Estados Unidos, mas a empresa já confirmou que pretende expandir o sistema para outros países nos próximos meses, de acordo com requisitos legais e culturais locais.
Você concorda com o uso de IA para estimar a idade de usuários? Acha que esse tipo de medida realmente protege menores ou invade a privacidade? Deixe sua opinião nos comentários!
Fontes:
YouTube Official Blog, Google Privacy & Safety, The Verge, Wired, U.S. Federal Trade Commission