
A gigante de inteligência artificial xAI, fundada por Elon Musk, surpreendeu o mercado ao anunciar a aquisição da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, em uma transação avaliada em US$ 33 bilhões. O acordo, realizado inteiramente em ações, foi revelado por Musk em um post na própria plataforma X no dia 28 de março de 2025, marcando um novo capítulo na integração entre inteligência artificial e redes sociais. A combinação das duas empresas, segundo o bilionário, posiciona a xAI com uma valuation de US$ 80 bilhões e a X em US$ 33 bilhões, considerando uma dívida de US$ 12 bilhões da rede social.
A aquisição ocorre em um momento em que a competição no setor de IA está mais acirrada do que nunca, com empresas como OpenAI, Google e Anthropic disputando liderança no desenvolvimento de modelos avançados. Para a xAI, a compra da X representa uma oportunidade estratégica de acessar uma vasta quantidade de dados gerados por mais de 600 milhões de usuários ativos, que podem ser utilizados para treinar modelos de IA, como o chatbot Grok, lançado pela empresa em 2023. “Essa combinação desbloqueará um potencial imenso ao unir a capacidade avançada de IA da xAI com o alcance massivo da X”, afirmou Musk, destacando que o objetivo é criar experiências mais inteligentes e significativas para os usuários.
Elon Musk, que adquiriu o Twitter em outubro de 2022 por US$ 44 bilhões e o rebatizou como X em 2023, parece estar reposicionando a plataforma como uma peça-chave em sua visão de futuro tecnológico. Desde a compra inicial, a rede social enfrentou desafios, incluindo uma fuga de anunciantes e críticas sobre moderação de conteúdo. No entanto, a integração com a xAI pode oferecer uma nova narrativa para a X, transformando-a de uma rede social tradicional em uma plataforma impulsionada por inteligência artificial. Analistas apontam que essa fusão também facilita a captação de novos investimentos, já que a xAI tem se destacado no mercado de tecnologia com sua rápida expansão e infraestrutura robusta, como o supercomputador “Colossus” em Memphis, Tennessee.
A xAI, criada há apenas dois anos, já é reconhecida como uma das líderes em laboratórios de IA, construindo modelos e centros de dados em uma velocidade impressionante. Com a aquisição da X, a empresa ganha não apenas dados valiosos, mas também um canal de distribuição direto para seus produtos de IA, como o Grok, que já estava disponível para assinantes premium da X antes de ser liberado gratuitamente para todos os usuários em dezembro de 2024. Esse movimento reforça a estratégia de Musk de sinergia entre suas empresas, como Tesla, SpaceX e Neuralink, que frequentemente compartilham recursos e tecnologias.
Para os usuários da X, a aquisição levanta questões sobre privacidade e o uso de dados pessoais. Especialistas em tecnologia, como Angus Allan, da CreateFuture, apontam que os dados públicos da plataforma — postagens, mensagens e interações — são um “tesouro” para o treinamento de IA. No entanto, a possibilidade de uso de mensagens privadas gera preocupações, especialmente em regiões com regulamentações rígidas, como a União Europeia. Musk ainda não detalhou como a xAI planeja lidar com essas questões, mas a promessa é de que a plataforma continuará focada em “buscar a verdade e avançar o conhecimento”.
Do ponto de vista financeiro, o acordo beneficia os investidores da X, que enfrentaram turbulências desde a compra por Musk em 2022. A transação, que avalia a X em US$ 45 bilhões antes do ajuste da dívida, supera o valor original de aquisição, oferecendo uma saída positiva para os co-investidores de Musk. Para a xAI, a fusão pode atrair novos investidores, interessados no potencial combinado de IA e redes sociais.
O futuro da X sob o comando da xAI promete ser inovador, com especulações sobre recursos como moderação de conteúdo aprimorada por IA, feeds personalizados e até uma experiência de usuário mais interativa. Enquanto isso, o mercado de tecnologia observa atentamente como essa aquisição pode redefinir o papel das redes sociais na era da inteligência artificial.
Fontes:
Bloomberg, Reuters, Forbes, Entrepreneur, The Wall Street Journal