
Durante um depoimento recente no julgamento antitruste contra o Google, o vice-presidente sênior de Serviços da Apple, Eddy Cue, afirmou que o iPhone pode se tornar desnecessário até 2035. A declaração ganhou grande repercussão por vir de um dos principais executivos da empresa que transformou o celular em um dos dispositivos mais populares e revolucionários da história.
A fala não foi um anúncio oficial, mas uma reflexão estratégica sobre os rumos da tecnologia, especialmente diante da aceleração da inteligência artificial e do surgimento de novas interfaces de interação.
A declaração de Eddy Cue
No dia 7 de maio de 2025, Eddy Cue testemunhou em nome da Apple durante a fase de “remediação” do julgamento antitruste movido pelo Departamento de Justiça dos EUA contra o Google. Ao argumentar sobre a evolução tecnológica e sua influência na concorrência, Cue afirmou:
“Talvez você não precise de um iPhone daqui a 10 anos, por mais louco que isso pareça.”
A frase surgiu no contexto de uma discussão sobre mudanças tecnológicas disruptivas. Cue defendeu que, ao contrário de produtos permanentes como petróleo ou pasta de dente, a tecnologia está em constante transformação — e que a IA pode representar essa próxima virada histórica.
Por que o iPhone pode se tornar obsoleto?
Eddy Cue explicou que, com o avanço da inteligência artificial, realidade aumentada e interfaces imersivas, é possível imaginar um futuro em que o smartphone tradicional seja substituído por tecnologias mais integradas ao corpo e ao ambiente, como:
- Óculos de realidade aumentada com assistentes embutidos;
- Headsets como o Apple Vision Pro, com capacidade multimodal;
- Wearables autônomos, como relógios e fones com IA embarcada;
- Interação por voz e gestos, sem necessidade de tela física.
Segundo Cue, grandes mudanças na indústria de tecnologia abrem espaço para novos concorrentes e modelos de uso, e empresas precisam estar dispostas a “matar o próprio ganso dos ovos de ouro” — como foi o caso da Apple ao aposentar o iPod para dar lugar ao iPhone.
Apple já prepara o “pós-iPhone”?
Embora Cue tenha enfatizado a hipótese, a Apple já vem construindo os alicerces de um ecossistema menos dependente do iPhone:
- O Apple Watch é cada vez mais autônomo e centrado em saúde, notificações e comunicação.
- O Apple Vision Pro representa a entrada da empresa no campo da computação espacial.
- AirPods já contam com integração a assistentes virtuais e sensores avançados.
- E há rumores de que a empresa desenvolve óculos inteligentes com realidade aumentada.
Essas iniciativas sugerem que, mesmo sem uma data oficial, a Apple está explorando o futuro além do iPhone.
Impacto no mercado e nas expectativas dos usuários
A fala de Eddy Cue não apenas levanta discussões estratégicas dentro da indústria como também muda a percepção dos consumidores sobre a longevidade do smartphone como dispositivo central. A possível obsolescência do iPhone até 2035 alimenta debates sobre:
- Privacidade em ambientes com sensores pervasivos;
- Desigualdade de acesso a tecnologias avançadas;
- Adaptação cultural a novas formas de interação com máquinas.
A previsão de Cue não deve ser vista como uma ameaça imediata ao iPhone, mas como um sinal claro da visão de longo prazo da Apple: antecipar tendências e estar pronta para liderar a próxima grande transição tecnológica.
Você acredita que o iPhone deixará de ser essencial nos próximos 10 anos? Qual tecnologia você acha que o substituirá? Deixe seu comentário e acompanhe o Portal Japan para mais análises sobre o futuro da tecnologia.
Fontes:
The Verge, Bloomberg, Digital Trends, Indian Express, Apple Newsroom