
Veteranos usam mais IA para codar do que juniores, diz estudo
Pesquisa revela que programadores com mais de 10 anos de experiência lideram o uso de ferramentas de geração de código por IA
Em meio à rápida evolução das ferramentas de inteligência artificial no desenvolvimento de software, uma nova pesquisa mostra que desenvolvedores seniores estão adotando essas tecnologias com mais entusiasmo do que os iniciantes. Segundo o estudo, realizado com 791 profissionais nos Estados Unidos, cerca de um terço dos desenvolvedores com mais de 10 anos de experiência afirmam usar IA para gerar mais da metade de seus códigos. Já entre os profissionais com menos de 3 anos na área, esse índice cai para apenas 13%.
A experiência facilita a confiança
O resultado pode parecer contraintuitivo. Esperar-se-ia que os mais jovens, acostumados com as novidades digitais, liderassem o uso de IA. No entanto, o estudo sugere que os mais experientes compreendem melhor os riscos e limitações dessas ferramentas — e, portanto, sabem como integrá-las de forma eficiente ao seu fluxo de trabalho.
Para muitos desses veteranos, a IA não é um atalho, mas uma aliada para acelerar a criação de protótipos, testar ideias rapidamente e automatizar tarefas repetitivas, como geração de código boilerplate, testes unitários ou scripts de migração. A familiaridade com padrões de arquitetura e práticas consolidadas também ajuda a identificar com mais facilidade quando a IA “alucina” ou sugere soluções tecnicamente incorretas.
“Quem sabe mais, revisa melhor”
Um dos achados mais interessantes é que o uso intensivo de IA por programadores seniores vem acompanhado de um nível mais alto de revisão crítica. A maioria afirma que sempre valida o código gerado antes de integrá-lo ao projeto principal. Ou seja, a IA funciona como uma extensão das capacidades do programador, e não como substituto da análise humana.
Um engenheiro entrevistado durante o estudo relatou:
“Hoje, uso a IA para gerar estruturas básicas de código em frameworks que já domino. Em vez de escrever 20 linhas de setup, escrevo um prompt bem feito e corrijo os detalhes depois.”
Essa atitude contrasta com a dos iniciantes, que muitas vezes confiam cegamente nas sugestões da IA, o que pode aumentar os riscos de bugs ou falhas de segurança — especialmente quando o entendimento conceitual ainda está em formação.
Implicações para a indústria
A pesquisa acende um alerta importante para as empresas: incentivar o uso de IA deve vir acompanhado de mentoria e educação técnica. Caso contrário, há o risco de acelerar erros ao invés de ganhos de produtividade.
Por outro lado, o uso estratégico da IA por programadores experientes pode elevar a produtividade da equipe como um todo, especialmente se os profissionais mais antigos atuarem como validadores e disseminadores das boas práticas.
Com a ascensão de modelos como GPT-4o, Claude 3.5 e o lançamento recente do Grok 2.5, o papel das IAs no desenvolvimento tende a crescer ainda mais — mas quem sabe programar continuará tendo vantagem.
Você usa IA no seu dia a dia como programador? É iniciante ou veterano? Compartilhe sua experiência com a gente nos comentários!
Fontes:
Survey of 791 U.S. developers (2025), TechCrunch, ZDNet, GitHub Copilot Trends