
A confiabilidade dos SSDs (unidades de estado sólido) para armazenamento de dados de longo prazo tem sido tema de debate entre especialistas, entusiastas de tecnologia e, recentemente, até mesmo YouTubers. Um criador de conteúdo decidiu investigar o que realmente acontece quando SSDs permanecem desligados por meses ou anos, levantando dúvidas sobre a segurança dos arquivos armazenados nessas unidades modernas.
Como os SSDs armazenam dados?
Diferente dos tradicionais HDDs (discos rígidos), os SSDs utilizam memória flash para guardar informações. Essa tecnologia é chamada de “não-volátil”, pois, em teoria, mantém os dados mesmo sem energia elétrica. No entanto, o armazenamento ocorre por meio de cargas elétricas em células de memória, e é justamente aí que mora o problema: com o tempo, essas cargas podem se dissipar, levando à degradação e eventual perda de dados.
Por quanto tempo os dados permanecem seguros em um SSD desligado?
Segundo padrões da indústria, como os estabelecidos pela JEDEC, um SSD de uso doméstico deve ser capaz de reter informações por pelo menos 1 ano a 30°C após atingir o limite de sua vida útil[2]. Em condições ideais, a maioria dos SSDs pode manter os dados por 1 a 5 anos sem alimentação elétrica, dependendo do modelo, temperatura de armazenamento e do quanto o dispositivo foi utilizado ao longo do tempo. Alguns fabricantes chegam a afirmar que a retenção pode chegar a 10 anos, mas isso é raro e depende de condições perfeitas.
O experimento do YouTuber destacou que, mesmo após meses sem uso, a maioria dos SSDs ainda funcionava normalmente. Porém, à medida que o tempo avança, especialmente se o dispositivo já foi muito utilizado ou armazenado em locais quentes, o risco de perda de dados aumenta consideravelmente. Isso ocorre porque o calor acelera a dissipação das cargas elétricas das células de memória.
O que dizem os especialistas?
Especialistas reforçam que, para a maioria dos usuários, não há motivo para pânico se o SSD ficar desligado por algumas semanas ou meses. O problema se torna relevante para quem pretende usar SSDs como “cold storage” — ou seja, para guardar arquivos importantes por anos sem ligar o dispositivo. Nesses casos, há risco real de degradação dos dados, principalmente se o SSD já está próximo do fim da vida útil ou foi submetido a temperaturas elevadas.
Além disso, há relatos de perda de dados em SSDs mesmo em períodos relativamente curtos, especialmente em modelos de menor qualidade ou que sofreram falhas físicas ou lógicas. Outro fenômeno, chamado “bit rot”, pode ocorrer, em que bits armazenados se degradam lentamente até se tornarem ilegíveis.
Como minimizar o risco de perda de dados em SSDs?
Veja algumas dicas práticas para quem precisa armazenar dados por longos períodos:
- Guarde o SSD em local fresco e seco, longe de fontes de calor.
- Se possível, ligue o SSD periodicamente (a cada 6-12 meses) para garantir a integridade dos dados.
- Nunca confie em apenas um meio de armazenamento: faça backups em HDDs, nuvem ou mídias ópticas.
- Prefira SSDs de marcas reconhecidas e com boa reputação de durabilidade.
Vale a pena usar SSD para backup de longo prazo?
Apesar da velocidade e praticidade dos SSDs, eles não são a melhor escolha para backup de longo prazo. HDDs tradicionais e mídias ópticas (como DVDs e Blu-rays) ainda oferecem maior confiabilidade para quem precisa guardar arquivos por muitos anos sem acesso frequente.
Conclusão
O experimento do YouTuber reforça um alerta importante: embora os SSDs sejam excelentes para o uso diário, sua capacidade de preservar dados por longos períodos sem energia é limitada. Para quem não pode correr riscos, o ideal é diversificar as formas de backup e não confiar apenas em uma única tecnologia.
Tem dúvidas ou já passou por situações de perda de dados em SSDs? Compartilhe sua experiência nos comentários e ajude outros leitores a protegerem seus arquivos!
Fontes:
StoredBits.com, Yunze, Reddit, Sandisk Forum, SQLskills