🏴‍☠️🔐 Risco de backdoor em inversores solares chineses preocupa setor

Risco de backdoor em inversores solares chineses preocupa setor
Imagem ilustrativa gerada por IA

Nos últimos anos, a adoção de energia solar disparou no mundo todo, impulsionada pela busca por fontes renováveis e pela queda no preço dos equipamentos, principalmente vindos da China. No entanto, recentes investigações e alertas de órgãos oficiais levantaram uma questão séria sobre a segurança dos inversores de painéis solares fabricados em território chinês: a presença de backdoors de hardware.

O termo “backdoor” refere-se a portas de acesso ocultas que permitem o controle remoto ou o acesso não autorizado ao equipamento. Em março de 2024, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA) emitiram alertas sobre a possibilidade de backdoors em inversores solares importados, especialmente de marcas chinesas líderes no mercado global. Segundo comunicado oficial, testes realizados em laboratórios independentes detectaram circuitos integrados capazes de enviar dados para servidores externos e receber comandos de controle sem o conhecimento do proprietário.

O alerta ganhou força após a publicação de um relatório pelo think tank americano Atlantic Council, que analisou cadeias de suprimentos globais de energia e destacou que empresas chinesas dominam mais de 70% do mercado mundial de inversores solares. Entre as fabricantes citadas estão Huawei, Sungrow e Growatt, conhecidas por fornecer equipamentos de alta eficiência e baixo custo para residências, empresas e até instalações de infraestrutura crítica.

De acordo com o porta-voz da CISA, Eric Goldstein, vice-diretor executivo, “a dependência de equipamentos conectados à internet fabricados em países com histórico de atividades cibernéticas suspeitas amplia a superfície de ataque contra infraestruturas nacionais”. O relatório ressalta que, em ambientes conectados, um invasor com acesso privilegiado pode desligar remotamente sistemas solares, modificar a entrega de energia ou até usá-los como vetor para ataques mais amplos a redes elétricas.

Apesar da gravidade dos alertas, as empresas citadas negam qualquer irregularidade. Em nota à imprensa, a Huawei Solar afirmou que todos os seus equipamentos passam por rigorosas auditorias de segurança e que “não existe qualquer funcionalidade de backdoor intencional em nossos inversores”. A Sungrow, por sua vez, reiterou o compromisso com as normas internacionais de segurança, declarando que “coopera integralmente com autoridades e clientes para assegurar a transparência total dos dispositivos”.

No Brasil, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) publicou um comunicado solicitando esclarecimentos aos importadores e sugerindo que consumidores peçam certificados de conformidade antes de adquirir inversores. Segundo a ABSOLAR, até o momento não há registros oficiais de incidentes confirmados, mas a recomendação é adotar boas práticas de segurança cibernética, como isolar inversores da internet pública, manter firmwares atualizados e auditar periodicamente o tráfego de rede dos dispositivos.

Especialistas em cibersegurança, como o professor Sandro Moreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, alertam que o risco não está apenas na origem do equipamento, mas na falta de políticas globais de padronização e testes independentes. Segundo ele, “enquanto não houver exigência internacional de auditoria completa, incluindo inspeção de hardware e firmware, o risco de backdoors permanece em qualquer equipamento conectado”.

Vale ressaltar que parte das informações divulgadas tem origem em investigações em andamento e comunicados oficiais, mas, até o momento, não há confirmação pública de ataques concretos originados por backdoors em inversores solares. Contudo, a preocupação é suficiente para motivar governos e consumidores a exigir mais transparência e investir em medidas preventivas.

A discussão sobre a segurança de equipamentos de origem chinesa não é recente e se intensifica em setores críticos como telecomunicações, infraestrutura elétrica e agora, energia solar. Com a crescente digitalização das redes, proteger dispositivos contra acessos não autorizados se torna tão importante quanto investir em eficiência energética.

Diante desse cenário, é fundamental que os consumidores se informem sobre a procedência e certificações dos equipamentos adquiridos e cobrem das autoridades uma regulamentação mais rígida para garantir a segurança energética nacional.

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Fontes:

Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, CISA, Atlantic Council, Huawei Solar, Sungrow, ABSOLAR, Universidade Federal do Rio de Janeiro

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