
A partir da versão 141 do Firefox, a Mozilla começou a liberar um novo recurso de inteligência artificial projetado para agrupar automaticamente abas semelhantes. A ferramenta, que funciona localmente no computador do usuário, foi apresentada como uma forma de melhorar a organização e a produtividade na navegação. No entanto, desde o lançamento, surgiram críticas sobre seu impacto no desempenho dos sistemas.
Relatos de usuários em fóruns e redes sociais apontam que, em alguns casos, a novidade provoca picos de uso da CPU, resultando em lentidão, travamentos temporários e aumento no consumo de energia — algo particularmente incômodo em notebooks. Para quem tem máquinas mais antigas, o problema é ainda mais perceptível, já que qualquer sobrecarga prolongada no processador afeta toda a experiência de uso.
Correção a caminho
A Mozilla confirmou a existência do problema e afirmou que já desenvolveu uma correção, que será incluída nas próximas versões do Firefox. A empresa também destacou que a função está sendo liberada de forma gradual, o que significa que nem todos os usuários a receberam ainda.
Enquanto isso, a opção pode ser desativada manualmente nas configurações do navegador. Para muitos, essa se tornou a solução temporária para evitar que a IA de agrupamento de abas interfira no desempenho do sistema.
Equilíbrio entre inovação e desempenho
Embora ferramentas de organização automática sejam cada vez mais comuns, a situação levanta uma questão recorrente no mundo da tecnologia: como equilibrar novos recursos baseados em IA com o consumo eficiente de recursos do sistema.
Historicamente, casos semelhantes ocorreram quando funções avançadas foram incorporadas a softwares amplamente utilizados. No início dos anos 2000, por exemplo, assistentes virtuais integrados a pacotes de escritório acabaram sendo desativados ou reformulados devido ao impacto no desempenho e à resistência dos usuários.
Lições para o futuro
Especialistas em usabilidade destacam que recursos de IA que rodam localmente trazem vantagens em termos de privacidade, já que não enviam dados para servidores externos. Porém, exigem processamento constante, o que pode gerar efeitos colaterais como o visto no Firefox. A chave, segundo eles, está em oferecer controles claros para ativar ou desativar a função, além de otimizações que minimizem seu peso no sistema.
Para a Mozilla, a rápida resposta ao problema pode ser decisiva para manter a confiança da comunidade, que historicamente valoriza o Firefox por sua transparência e flexibilidade de ajustes.
Você prefere ativar recursos de IA no navegador mesmo que eles aumentem o consumo de CPU, ou acha que desempenho deve vir sempre em primeiro lugar? Comente e compartilhe sua opinião.
Fontes
Comunicados da Mozilla, relatos de usuários em fóruns, análises de desempenho feitas por testadores independentes