
A Microsoft anunciou que encerrará oficialmente o acesso às tradicionais APIs de busca do Bing a partir de 11 de agosto de 2025. A decisão representa uma mudança significativa na forma como desenvolvedores e serviços digitais acessam os dados de pesquisa da internet. As APIs afetadas permitiam que aplicações externas enviassem consultas diretamente ao Bing e recebessem resultados completos, prontos para exibição ao usuário final.
No lugar desse serviço, a Microsoft está promovendo uma nova abordagem chamada “Grounding with Bing Search”, que foi desenvolvida para integrar dados em tempo real da web a ferramentas de inteligência artificial, como chatbots. A proposta da empresa é permitir que modelos conversacionais se conectem ao mecanismo de busca para enriquecer respostas com informações atualizadas e confiáveis da internet.
Contudo, a mudança não foi bem recebida por todos. Segundo reportagem do site WIRED, diversos desenvolvedores expressaram preocupação com o novo modelo. A principal crítica é de que o sistema “Grounding with Bing Search” não retorna resultados brutos de pesquisa, mas apenas resumos gerados automaticamente pela IA da Microsoft. Essa limitação reduz o controle que os desenvolvedores tinham anteriormente sobre como os dados seriam utilizados, exibidos ou analisados.
Em declarações à imprensa, a Microsoft afirmou que a transição é parte de um esforço maior para alinhar seus serviços com as necessidades atuais de interação baseada em linguagem natural. Um porta-voz da empresa declarou que “a nova abordagem oferece aos usuários finais experiências mais intuitivas, relevantes e contextuais”, e que “os dados da web continuam disponíveis, mas com curadoria automatizada por meio de modelos avançados”.
A decisão também tem implicações importantes para empresas que dependem da busca do Bing como parte de suas ferramentas, como assistentes virtuais, agregadores de notícias e aplicativos de pesquisa acadêmica. Muitos desses sistemas utilizam os dados brutos da busca para fornecer informações objetivas e completas. A substituição por resumos automatizados pode afetar a neutralidade e a profundidade das respostas.
Especialistas em tecnologia afirmam que a mudança segue uma tendência crescente no setor de tecnologia: o abandono de interfaces abertas e diretas com os dados da internet em favor de sistemas mediados por inteligência artificial. Embora esses modelos tragam benefícios, como maior eficiência e contextualização, também levantam questionamentos sobre transparência, manipulação de informações e dependência de sistemas proprietários.
O pesquisador independente Ethan Zuckerman, da University of Massachusetts Amherst, declarou em entrevista à WIRED que “a padronização de respostas via IA pode ser útil, mas ao mesmo tempo tira das pessoas a capacidade de interpretar os dados por si mesmas”. Ele defende que APIs abertas são essenciais para uma internet plural e acessível.
O futuro da busca na web está, cada vez mais, sendo moldado por grandes empresas de tecnologia com foco em IA. A decisão da Microsoft pode ser vista como parte dessa tendência, ao mesmo tempo em que levanta o debate sobre o equilíbrio entre inovação e controle da informação.
Nota de transparência:
As informações desta matéria foram baseadas em comunicado oficial da Microsoft e reportagem do site WIRED. O encerramento das APIs do Bing foi confirmado pela própria empresa e está agendado para 11 de agosto de 2025. A reação dos desenvolvedores e especialistas reflete preocupações legítimas e foram devidamente citadas conforme suas fontes. Novas atualizações sobre o impacto da medida poderão surgir à medida que a transição se concretiza.
Você utiliza APIs de busca em seus projetos ou ferramentas digitais? O que acha dessa mudança promovida pela Microsoft? Deixe sua opinião nos comentários e continue acompanhando nosso site para mais atualizações sobre o impacto da IA no desenvolvimento web.
Fontes:
Microsoft, WIRED, University of Massachusetts Amherst