A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, está testando um novo recurso polêmico: chatbots capazes de enviar mensagens não solicitadas aos usuários. A funcionalidade está sendo desenvolvida dentro da plataforma AI Studio, voltada para a criação de assistentes personalizados com base em inteligência artificial.
De acordo com a própria Meta, os bots só poderão entrar em contato com um usuário se ele já tiver iniciado uma conversa anteriormente — o que significa que qualquer mensagem enviada “sem solicitação direta” deve estar relacionada ao tema da interação original. Ainda segundo a empresa, se o primeiro contato for ignorado, o bot não poderá enviar novas mensagens ou insistir.
Apesar dessas limitações, a proposta está gerando preocupação entre usuários e especialistas em privacidade digital. O temor é que o sistema possa ser utilizado como uma forma disfarçada de marketing automatizado, levando à saturação da experiência do usuário com mensagens repetitivas, irrelevantes ou com viés comercial.
O AI Studio foi apresentado pela Meta como uma forma de permitir que empresas e criadores de conteúdo desenvolvam seus próprios assistentes virtuais, capazes de interagir com seguidores de maneira mais personalizada. Inicialmente, o foco da plataforma estava em experiências voluntárias e personalizadas, mas com a introdução dessa funcionalidade, a linha entre interação espontânea e mensagens automatizadas “invasivas” pode ficar mais tênue.
A empresa afirma que haverá mecanismos de controle e monitoramento para evitar abusos. Segundo os engenheiros envolvidos no projeto, o sistema é capaz de verificar se a mensagem enviada está de fato alinhada com o tema anterior e se respeita os limites estabelecidos. Em caso de violação, o bot poderá ser suspenso da plataforma.
Mesmo com essas salvaguardas, especialistas alertam para os riscos associados à automação de interações não solicitadas. A principal preocupação é com a possibilidade de spams automatizados em escala, disfarçados de interação “relevante”. Dependendo da interpretação do sistema, uma simples curtida ou mensagem antiga pode ser usada como justificativa para iniciar contato futuro — o que pode violar o senso de privacidade de muitos usuários.
A Meta não confirmou quando ou se o recurso será liberado publicamente, mas reforçou que a fase atual é de testes controlados com parceiros selecionados. A empresa diz estar ouvindo o feedback da comunidade e ajustando o comportamento dos bots com base em critérios de segurança, utilidade e consentimento.
Se for implementado, o recurso poderá transformar profundamente a forma como marcas e criadores se comunicam com seus públicos — para o bem ou para o mal.
Você aceitaria receber mensagens de um chatbot, mesmo sem ter solicitado? Diga nos comentários o que você acha dessa ideia da Meta!
Fontes:
Meta AI Studio, The Verge, especialistas em privacidade digital, desenvolvedores parceiros