
A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, assinou seu primeiro contrato direto de compra de energia nuclear, marcando um movimento inédito entre grandes empresas de tecnologia em direção ao uso estável e livre de emissões de carbono. O acordo envolve a usina Clinton Clean Energy Center, localizada em Illinois, nos Estados Unidos, e representa um compromisso de longo prazo com a geração de energia limpa e contínua.
Segundo informações do site The Verge, a usina de Clinton estava originalmente prevista para encerrar suas operações em 2017, em meio a dificuldades financeiras e competitividade de fontes mais baratas como o gás natural e a energia solar. No entanto, foi mantida ativa graças a um crédito fiscal estadual que garantiu sua viabilidade até 2027. Agora, com o novo contrato firmado com a operadora Constellation Energy, a instalação continuará fornecendo energia por pelo menos mais duas décadas.
A decisão da Meta de investir diretamente em energia nuclear é considerada estratégica, especialmente diante das crescentes demandas energéticas de seus centros de dados — estruturas fundamentais para suportar serviços baseados em inteligência artificial, metaverso e plataformas digitais em tempo real. Ao garantir um fornecimento estável de energia limpa, a empresa busca não apenas suprir suas necessidades operacionais, mas também reforçar seu compromisso com metas climáticas ambiciosas.
O contrato não especifica a quantidade exata de energia comprada, mas fontes próximas à negociação indicam que a energia será usada especificamente para alimentar data centers da Meta na região. Esse modelo de compra direta, conhecido como direct power purchase agreement (PPA), difere dos acordos tradicionais com operadoras de energia, pois estabelece um relacionamento direto entre a empresa consumidora e a geradora, permitindo maior controle sobre a origem da eletricidade utilizada.
Historicamente, grandes empresas de tecnologia têm investido fortemente em fontes renováveis como solar e eólica. No entanto, essas fontes apresentam variações de produção dependendo das condições climáticas, o que torna a energia nuclear uma alternativa atraente pela sua estabilidade e capacidade de geração contínua, 24 horas por dia, durante todo o ano. A energia nuclear também possui a vantagem de ser livre de emissões de carbono durante a operação, o que é fundamental para os planos de descarbonização de empresas como a Meta.
O movimento também representa uma tentativa da indústria tecnológica de diversificar suas fontes de energia limpa e superar desafios regulatórios e logísticos associados às renováveis intermitentes. A Meta já havia anunciado anteriormente sua meta de operar com 100% de energia renovável, mas essa nova parceria sugere um entendimento mais amplo sobre o papel da energia nuclear no mix energético do futuro.
Outro ponto relevante é o impacto indireto desse tipo de contrato sobre a indústria energética como um todo. A valorização econômica de usinas nucleares por meio de contratos de longo prazo pode ajudar a preservar essas instalações e evitar seu fechamento prematuro, o que, por sua vez, contribui para a estabilidade da rede elétrica e redução geral das emissões.
Ainda não se sabe se a Meta pretende expandir esse tipo de iniciativa para outras regiões ou se outras big techs seguirão o mesmo caminho. Contudo, a adoção da energia nuclear por uma das maiores empresas do mundo certamente reacende o debate sobre o papel desse tipo de energia na transição para uma matriz energética mais limpa e resiliente.
A Constellation, responsável pela operação da usina Clinton, declarou que o acordo representa uma nova fase na relação entre empresas de tecnologia e energia de base firme, e espera que mais contratos semelhantes sejam fechados nos próximos anos.
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Fontes:
The Verge, Constellation Energy, Meta Platforms Inc.