
Meta revela projeto Hyperion e reacende debate sobre IA e energia
A Meta divulgou em 24 de agosto a primeira peça visual conceitual do Hyperion, um megacentro de dados com capacidade projetada de 5 gigawatts, voltado para operações de inteligência artificial em larga escala. A publicação, feita nas redes sociais da empresa, trouxe não apenas um vislumbre do futuro da infraestrutura da Meta, como também reacendeu o debate global sobre o impacto energético dos data centers, em especial diante da ascensão da IA generativa.
O nome “Hyperion”, em alusão ao titã da luz na mitologia grega, sugere o foco do projeto: velocidade, escala e potência computacional sem precedentes, segundo fontes próximas ao planejamento da companhia.
O que é o Hyperion?
Embora os detalhes técnicos ainda sejam escassos, o Hyperion foi apresentado como o maior projeto de data center da história da Meta, com arquitetura modular e voltado para abrigar superclusters de GPUs para IA, incluindo modelos da linha Llama, SeamlessM4T e futuros agentes multimodais da empresa.
Com capacidade estimada de 5 GW — valor que excede o consumo energético de cidades inteiras — o Hyperion deverá operar com eficiência térmica de ponta e resiliência energética híbrida, integrando soluções como resfriamento líquido, energia renovável e controle algorítmico de demanda.
O projeto deve ser implementado nos próximos anos, com localização ainda não confirmada publicamente, mas especula-se que os estados norte-americanos de Iowa, Texas ou Ohio sejam candidatos fortes, devido à disponibilidade de terras, incentivos fiscais e acesso à malha elétrica de alto desempenho.
O custo invisível da inteligência artificial
A exibição pública do Hyperion gerou entusiasmo técnico, mas também críticas crescentes quanto ao impacto ambiental e energético de centros desse porte. Especialistas alertam que, à medida que empresas como Meta, Microsoft, Google e Amazon expandem seus clusters de IA, a demanda energética pode se tornar insustentável sem mudanças estruturais profundas.
Em 2024, um estudo da Agência Internacional de Energia (IEA) estimou que os data centers globais consumirão mais de 1.000 TWh até 2026 — mais do que o consumo elétrico do Japão. Iniciativas como o Hyperion, embora eficientes, exacerbam essa pressão sobre redes elétricas locais e sistemas de geração.
Meta se defende: foco em energia limpa e inovação
Em resposta às críticas, a Meta reforçou seu compromisso com energia 100% renovável, meta já alcançada em parte de suas operações desde 2020. A empresa também destaca que projetos como o Hyperion são otimizados por IA para minimizar desperdícios e maximizar desempenho, além de funcionarem como laboratórios vivos para inovação em energia computacional sustentável.
Ainda assim, ONGs ambientais, urbanistas e pesquisadores vêm pedindo regulação mais rígida, transparência sobre consumo energético e revisão dos critérios de viabilidade desses megaprojetos.
Você acredita que a IA justifica o crescimento de megacentros como o Hyperion?
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Fontes:
Meta AI Blog, Bloomberg, IEA, Wired, The Verge