
55% dos consumidores norte-americanos utilizam IA para buscar produtos na internet, segundo Adobe
Um novo estudo divulgado pela Adobe revela uma mudança significativa no comportamento dos consumidores dos Estados Unidos: 55% dos norte-americanos já utilizam inteligência artificial (IA) para buscar e comparar produtos online. O levantamento aponta que a adoção da IA nas rotinas de compra está crescendo de forma acelerada, impulsionada pela popularização de ferramentas baseadas em linguagem natural, como ChatGPT, Claude, Gemini e assistentes virtuais personalizados.
O relatório, intitulado “Future of Digital Experiences”, destaca a confiança crescente dos consumidores em tecnologias inteligentes na hora de pesquisar preços, comparar características e até receber sugestões personalizadas baseadas em comportamento de navegação.
IA como novo ponto de partida para compras
Segundo a Adobe, ferramentas de IA já são consideradas por muitos consumidores como melhores que buscadores tradicionais. Aproximadamente 4 em cada 10 consumidores entrevistados disseram preferir conversar com um assistente de IA do que usar um motor de busca tradicional como o Google.
Entre as principais razões para isso estão:
• Respostas rápidas e contextuais
• Menos anúncios e links irrelevantes
• Capacidade de entender preferências pessoais
• Sugestões com base em histórico de compras ou comportamento online
Essas características tornam a IA uma opção mais direta e “humana” para encontrar exatamente o que o usuário deseja, sem precisar passar por dezenas de páginas ou resultados patrocinados.
Comportamento por geração
A pesquisa também identificou uma forte diferença no uso da IA entre faixas etárias:
• Geração Z (18–26 anos): 74% utilizam IA regularmente em compras
• Millennials (27–42 anos): 62%
• Geração X (43–58 anos): 47%
• Boomers (59+ anos): apenas 28%
O dado mostra que a familiaridade com interfaces conversacionais, como chatbots e assistentes de voz, é mais comum entre os jovens, mas está crescendo em todas as faixas.
Impacto no varejo e e-commerce
Para empresas de e-commerce, marketplaces e até pequenos negócios, o crescimento da IA como canal de busca representa uma mudança fundamental na forma de atrair consumidores.
Plataformas que já integram IA em suas experiências de compra — como Amazon, Shopify e Google Shopping — estão em vantagem competitiva, pois conseguem:
• Oferecer recomendações mais precisas
• Antecipar desejos dos clientes com base em dados de comportamento
• Automatizar interações no suporte ao cliente
O estudo da Adobe alerta que empresas que não adotarem IA em suas plataformas correm o risco de ficarem invisíveis aos consumidores que usam esses recursos como principal forma de descoberta de produtos.
Preocupações com privacidade e confiança
Apesar dos avanços, 42% dos entrevistados afirmaram ter preocupações com a forma como seus dados são utilizados por sistemas de IA. Os principais receios envolvem:
• Uso indevido de informações pessoais
• Falta de transparência nos algoritmos de recomendação
• Preconceito algorítmico (recomendações enviesadas)
A Adobe destaca que o futuro da IA no consumo depende diretamente da confiança e da transparência, e que empresas devem investir em políticas de dados claras, com controle real na mão do usuário.
IA no futuro das experiências digitais
Além das compras, a pesquisa também mostra que a IA está moldando outras áreas da experiência digital, como:
• Criação de conteúdo automatizado
• Design de sites personalizados
• Marketing segmentado com IA generativa
• Assistência inteligente em plataformas de aprendizado e serviços bancários
A expectativa é que a IA se torne tão comum quanto os buscadores tradicionais, e que novas gerações a vejam como ponto de partida natural em qualquer tipo de experiência digital.
Conclusão
O estudo da Adobe confirma o que já vinha sendo percebido por especialistas em tecnologia e e-commerce: a inteligência artificial está redefinindo a jornada de compra. Com mais da metade dos consumidores norte-americanos recorrendo à IA para buscar produtos, a transformação no setor é inevitável. Varejistas que não se adaptarem a essa nova realidade poderão perder visibilidade e relevância diante de um consumidor cada vez mais conectado, exigente e orientado por tecnologia.
Fontes:
Adobe, TechCrunch, The Verge, Business Insider, Retail Dive