A Jaguar Land Rover, uma das marcas mais icônicas da indústria automotiva, foi alvo de um ataque cibernético de grandes proporções, que forçou a paralisação de suas linhas de produção em diversos países, incluindo Inglaterra, Eslováquia, China, Índia e Brasil. O ataque foi reivindicado por um grupo recém-formado chamado Scattered Lapsus$ Hunters, resultado da fusão entre três notórios coletivos de cibercriminosos: Scattered Spider, Lapsus$ e ShinyHunters.
Segundo fontes internas e investigações em andamento, o ataque comprometeu os sistemas de manufatura e logística da montadora, afetando diretamente a cadeia de suprimentos, o rastreamento de peças e o controle de produção automatizado. Embora as concessionárias e oficinas ainda estejam em funcionamento, muitas estão operando em modo manual, recorrendo a papel, caneta e planilhas impressas para registrar serviços, cadastrar veículos e garantir peças de reposição.
A Jaguar Land Rover não confirmou oficialmente o impacto total do ataque, mas fontes do setor estimam que, no pior cenário, a normalização só ocorrerá em outubro, o que representaria mais de um mês de prejuízos operacionais diretos.
O grupo responsável: Scattered Lapsus$ Hunters
A autoria foi assumida por um coletivo que une três das células de cibercrime mais ativas dos últimos anos. A Scattered Spider é conhecida por atacar corporações usando engenharia social e sequestro de contas de administradores. Já a Lapsus$ ganhou fama internacional com ataques à Microsoft, Nvidia e Uber. O ShinyHunters, por sua vez, é especialista em vazamentos massivos de dados de usuários.
A união desses grupos indica uma escalada de sofisticação e alcance, com objetivos que vão além do roubo de dados — atingindo agora infraestruturas críticas e cadeias produtivas globais.
Impacto no setor automotivo
Com fábricas espalhadas por quatro continentes, a Jaguar Land Rover depende de sistemas integrados e sincronizados para garantir o fluxo contínuo de produção. Qualquer interrupção nesse sistema afeta não apenas os veículos em montagem, mas também a entrega de componentes, o suporte técnico e a experiência do cliente.
Especialistas alertam que um ciberataque com esse nível de impacto pode custar dezenas de milhões de dólares por dia em perdas, considerando paralisação de linhas, contratos atrasados, multas e danos à reputação.
Além disso, a Jaguar Land Rover é uma das maiores empregadoras do setor no Reino Unido, e qualquer interrupção prolongada pode ter efeitos cascata no emprego, nos fornecedores locais e até no PIB regional.
Planos de contenção e reação
Fontes próximas à montadora informaram que equipes de TI estão trabalhando 24 horas por dia para restaurar os sistemas afetados. Consultorias especializadas em resposta a incidentes cibernéticos foram acionadas, e há indícios de que o grupo exigiu um resgate milionário em criptomoedas.
Enquanto isso, muitos serviços continuam sendo realizados manualmente — um retorno forçado a uma era pré-digital —, com registros físicos, agendamentos telefônicos e controle de estoque fora dos sistemas.
A montadora também iniciou uma investigação em cooperação com agências de segurança cibernética no Reino Unido e na União Europeia, além de empresas parceiras na Ásia e América Latina.
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Fontes:
BBC News, The Guardian, CyberScoop, Automotive News Europe, Recorded Future, Reuters