O Instagram anunciou em 21 de abril de 2025 uma nova iniciativa para proteger adolescentes na plataforma, utilizando inteligência artificial (IA) para identificar usuários que mentem sobre a idade ao criar suas contas. A medida faz parte de um esforço contínuo da Meta, empresa controladora do Instagram, para aumentar a segurança dos jovens diante do crescente escrutínio sobre o impacto das redes sociais na saúde mental e bem-estar de crianças e adolescentes.
Como funciona a nova IA do Instagram
A plataforma já utilizava IA para estimar a idade dos usuários, mas agora passa a adotar uma abordagem mais ativa e rigorosa. O sistema irá buscar proativamente por contas que aparentam pertencer a adolescentes, mesmo que tenham informado uma data de nascimento de adulto no cadastro. A IA é treinada para analisar uma série de sinais, como o tipo de conteúdo consumido, detalhes do perfil e o comportamento de interação, a fim de identificar possíveis discrepâncias na idade declarada.
Quando o sistema detecta que um usuário mentiu sobre a idade, a conta é automaticamente convertida para o modo adolescente. Isso significa que o perfil passa a contar com um conjunto de proteções adicionais, como:
- Conta privada por padrão, dificultando o acesso de desconhecidos ao conteúdo publicado.
- Restrições em mensagens diretas, permitindo que apenas pessoas já seguidas possam enviar mensagens.
- Limitação de acesso a conteúdos sensíveis, como vídeos violentos ou que promovam procedimentos estéticos.
- Notificações de limite de tempo após 60 minutos de uso contínuo.
- Ativação do “modo sono” das 22h às 7h, silenciando notificações e enviando respostas automáticas a mensagens diretas nesse período.
Atenção aos pais e incentivo ao diálogo
Outra novidade é o envio de notificações para os pais de adolescentes, incentivando conversas sobre a importância de fornecer informações verdadeiras ao criar contas online. A Meta destaca a necessidade de envolvimento familiar para garantir uma experiência digital mais segura para os jovens usuários.
Além disso, adolescentes menores de 16 anos precisam de autorização dos responsáveis para alterar configurações de privacidade e segurança. Segundo a Meta, mais de 54 milhões de adolescentes já utilizam contas com essas proteções, e 97% dos jovens entre 13 e 15 anos mantêm as configurações recomendadas.
Contexto: desafios e pressões para as redes sociais
A decisão do Instagram ocorre em meio a pressões de governos, sociedade civil e especialistas em saúde mental para que as plataformas digitais adotem medidas mais eficazes na proteção de crianças e adolescentes. Diversos estados dos EUA estão debatendo legislações para exigir verificação de idade em redes sociais, embora muitos projetos enfrentem desafios legais e resistência das empresas de tecnologia.
A Meta também responde a críticas relacionadas à presença de conteúdo ilegal e prejudicial na plataforma. Investigações recentes revelaram a circulação de imagens geradas por IA envolvendo menores em situações abusivas, o que levou a empresa a reforçar seus sistemas de detecção e remoção de contas suspeitas.
Iniciativas complementares de proteção
Além das novas ferramentas de IA para detecção de idade, o Instagram anunciou recentemente recursos como o “nudity protection”, que borra automaticamente imagens de nudez enviadas ou recebidas por adolescentes em mensagens diretas. A Meta afirma que essas ações fazem parte de um compromisso de longo prazo para combater abusos, exploração e riscos à saúde mental dos jovens.
Conclusão
A ampliação do uso de inteligência artificial para proteger adolescentes no Instagram representa um avanço importante diante dos desafios impostos pela presença de menores em ambientes digitais. A iniciativa reforça a responsabilidade das plataformas em criar espaços mais seguros, ao mesmo tempo em que destaca o papel fundamental dos pais e responsáveis no acompanhamento da vida online dos jovens.
O que você achou dessa nova medida do Instagram? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe da discussão sobre segurança digital para adolescentes!
Fontes: US News, Euronews, Quartz, Yahoo, Pulitzer Center, Houston Chronicle