
O Brasil está prestes a contar com uma nova aliada na preservação ambiental: a inteligência artificial. A Conservação Internacional, uma das principais organizações globais dedicadas à proteção da biodiversidade, anunciou o desenvolvimento da plataforma Ciera, que usará inteligência artificial para identificar áreas prioritárias para restauração de florestas nativas.
A ferramenta tem como objetivo tornar os processos de restauração mais eficientes, acessíveis e economicamente viáveis, tanto para iniciativas públicas quanto privadas. A expectativa é que a Ciera seja lançada gratuitamente no segundo semestre de 2025 e sirva como um hub de dados inteligentes para decisões estratégicas relacionadas ao reflorestamento.
Como funciona a Ciera?
A plataforma Ciera será capaz de analisar grandes volumes de dados geoespaciais, históricos de uso do solo, mapas de cobertura vegetal e fatores econômicos e ambientais para apontar as áreas com maior potencial para restauração de ecossistemas.
Entre os critérios levados em conta estão:
- Proximidade de áreas já protegidas;
- Conectividade com corredores ecológicos;
- Potencial de absorção de carbono;
- Custos estimados para restauração;
- Benefícios socioeconômicos para comunidades locais.
Além disso, a Ciera permitirá que usuários personalizem as análises, inserindo parâmetros como orçamento disponível, metas ambientais, localização e restrições legais. A ideia é oferecer uma ferramenta prática e democrática, que poderá ser usada por governos, empresas, ONGs, agricultores e comunidades.
Tecnologia brasileira com impacto global
O projeto está sendo desenvolvido em parceria com cientistas brasileiros, universidades e startups de tecnologia voltadas ao uso sustentável do território. Com o auxílio da IA, será possível fazer projeções com maior grau de certeza, reduzindo custos e aumentando a eficiência dos projetos de reflorestamento.
Essa iniciativa ganha ainda mais relevância num contexto em que o Brasil enfrenta pressões internas e externas para combater o desmatamento e cumprir metas climáticas. O reflorestamento inteligente surge como uma resposta concreta, tecnológica e escalável para os desafios ambientais do país.
Conexão com o mercado de carbono
Outro ponto de destaque é que a plataforma Ciera deve se integrar a ferramentas voltadas ao mercado de créditos de carbono, facilitando a certificação de projetos de reflorestamento e atraindo investimentos sustentáveis. Essa integração permitirá que iniciativas de restauração florestal gerem receita para seus idealizadores, criando um ciclo virtuoso entre meio ambiente e economia.
“A restauração ecológica, aliada à inteligência artificial, pode nos ajudar a recuperar milhões de hectares de vegetação nativa com mais eficiência, garantindo benefícios ambientais e sociais concretos”, afirma Rodrigo Medeiros, vice-presidente da Conservação Internacional no Brasil.
Desafios e perspectivas
Apesar do otimismo, o uso da IA em projetos ambientais ainda enfrenta desafios, como a falta de dados de alta qualidade em determinadas regiões, dificuldades de infraestrutura tecnológica em áreas rurais e a necessidade de capacitação técnica dos usuários.
No entanto, especialistas afirmam que ferramentas como a Ciera representam um passo importante na democratização do acesso à tecnologia ambiental, e devem ganhar cada vez mais espaço em políticas públicas e programas corporativos de sustentabilidade.
Com a expectativa de lançamento nos próximos meses, o Brasil pode se tornar referência global na aplicação de IA em soluções climáticas, reforçando seu papel estratégico no combate às mudanças do clima e na proteção da biodiversidade.
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Fontes:
Jornal Grande Bahia, Conservação Internacional, Agência Brasil, CNN Brasil, Revista Exame