
Interface cérebro-computador com IA permite a homem paralisado operar braço robótico por tempo recorde
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), desenvolveram uma interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) equipada com inteligência artificial (IA) que possibilitou a um homem paralisado controlar um braço robótico apenas com o pensamento por um período recorde de sete meses. Anteriormente, tentativas semelhantes costumavam falhar em um ou dois dias.
Funcionamento da interface cérebro-computador com IA
A BCI desenvolvida pela equipe da UCSF utiliza um modelo de IA que se adapta às pequenas alterações que ocorrem no cérebro quando uma pessoa imagina realizar um movimento específico. Esse sistema é capaz de captar diferenças sutis na atividade cerebral e traduzir esses sinais em comandos para o braço robótico. Com o dispositivo, o homem conseguiu agarrar, mover e soltar objetos apenas imaginando as ações, demonstrando habilidade para pegar, virar e reposicionar blocos, além de realizar tarefas mais complexas, como abrir um armário e pegar um copo para colocá-lo sob um dispensador de água.
Estudo de caso: o paciente e os resultados obtidos
O participante do estudo, um homem destro de 41 anos que ficou tetraplégico devido a um acidente vascular cerebral (AVC) há alguns anos, teve pequenos sensores implantados na superfície do seu cérebro que conseguiam captar a atividade cerebral quando ele se imaginava realizando movimentos. Durante sete meses de uso contínuo, a interface precisou de apenas 15 minutos de recalibração para continuar funcionando, demonstrando a eficácia e estabilidade do sistema.
Implicações e perspectivas futuras
Este avanço representa um marco significativo na área das interfaces cérebro-computador e reabilitação para pessoas com paralisia. A combinação de IA com BCI pode, em breve, estar acessível a pessoas com paralisia, oferecendo-lhes maior independência e qualidade de vida. Os pesquisadores estão agora a aperfeiçoar os modelos de IA para que o braço robótico se mova de forma mais rápida e suave, visando testes em ambientes domésticos.
Fontes:
Forbes, Galileu, Canaltech, Olhar Digital, SIC Notícias