
Em uma demonstração impressionante de estratégia, memória e raciocínio sequencial, o modelo GPT-5 da OpenAI acaba de conquistar um feito inédito: concluir o jogo Pokémon Red, clássico do Game Boy, com o menor número de passos já registrado por uma IA. Foram apenas 6.470 comandos até o final — o equivalente a sete dias de jogo em tempo de simulação.
Superando o recorde anterior do modelo o3
O recorde anterior pertencia ao modelo o3, também da OpenAI, que havia zerado o jogo em 18.184 passos, consumindo o equivalente a 15 dias de simulação contínua. A redução de mais de 60% no número de ações marca uma evolução significativa na capacidade dos modelos de linguagem em interpretar, planejar e executar tarefas complexas em ambientes com regras rígidas e limitações técnicas.
Pokémon Red, lançado originalmente em 1996 para o Game Boy, é considerado um dos RPGs mais icônicos da história dos videogames. Vencer a Liga Pokémon exige gerenciamento de recursos, batalhas estratégicas, resolução de puzzles e movimentação precisa — o que se torna ainda mais desafiador para um sistema que não vê a tela, mas apenas recebe dados estruturados da ROM e devolve comandos sequenciais.
A estratégia: força bruta com foco
Curiosamente, a estratégia usada pelo GPT-5 é familiar aos fãs mais antigos da franquia. A IA concentrou seus esforços em treinar um único Pokémon até níveis extremamente altos, ignorando o desenvolvimento dos demais membros da equipe. Essa abordagem, conhecida entre jogadores como “carry solo”, maximiza o poder ofensivo do time, reduz o número de batalhas necessárias e minimiza o risco de derrotas.
Com isso, GPT-5 economizou tempo, evitou combates desnecessários e avançou pelos ginásios com uma eficiência quase robótica — literalmente. Esse método já é usado em desafios de speedrun, mas executá-lo com tanta precisão com base apenas em interpretação textual da ROM é um avanço técnico digno de nota.
Muito mais que nostalgia: o que isso significa?
Esse feito não é apenas uma curiosidade gamer. Ele mostra como modelos de IA estão evoluindo na capacidade de realizar tarefas longas e com dependência de memória contextual. Ao invés de apenas responder perguntas, GPT-5 demonstrou que consegue manter objetivos de longo prazo, adaptar estratégias ao contexto, aprender com erros anteriores e otimizar ações futuras — tudo em um ambiente simulado.
O experimento também ilustra como jogos antigos continuam sendo ambientes valiosos para testar e treinar inteligência artificial, graças às suas regras claras, objetivos definidos e espaço limitado de variáveis. Assim como o xadrez e o Go foram usados em gerações anteriores, Pokémon pode ser o novo campo de batalha entre a criatividade humana e a lógica das máquinas.
Você usaria uma IA para vencer seus jogos favoritos da infância? Ou prefere conquistar cada insígnia por conta própria? Conta pra gente nos comentários!
Fontes: OpenAI Research, Polygon, GameSpot, PokéCommunity, Ars Technica
