🐬🤖 Google usa IA para entender linguagem dos golfinhos

Imagem ilustrativa gerada por IA

Em uma iniciativa que mistura tecnologia de ponta com biologia marinha, o Google está desenvolvendo um modelo de inteligência artificial capaz de decifrar a comunicação entre golfinhos. O projeto, batizado internamente de “Project CETI” (sigla para Cetacean Translation Initiative), une cientistas da computação, linguistas e biólogos em um esforço ambicioso: compreender, traduzir e interagir com os sons produzidos por golfinhos, considerados um dos animais mais inteligentes do planeta.

O trabalho faz parte de uma colaboração entre o Google DeepMind, universidades de prestígio e ONGs ambientais. Utilizando algoritmos de aprendizado profundo (deep learning) semelhantes aos usados em modelos como o Gemini e o ChatGPT, os pesquisadores estão analisando milhares de horas de gravações acústicas feitas em habitats naturais de golfinhos.

Como funciona a IA dos golfinhos?

A inteligência artificial é treinada com um vasto banco de dados sonoro coletado por microfones subaquáticos, que capturam diferentes tipos de cliques, assobios e outros sons emitidos pelos golfinhos. Cada registro é acompanhado de dados contextuais — como a presença de outros animais, comportamento exibido (como caça ou brincadeira) e ambiente físico (profundidade, temperatura da água, etc).

Com esses dados, os modelos tentam identificar padrões de repetição, associação entre sons e ações, e possíveis estruturas linguísticas. A abordagem é semelhante ao processo de decifração de línguas humanas antigas ou não documentadas, como fez a IA no estudo recente sobre línguas maias extintas.

O grande diferencial está no uso de modelos multimodais, que integram som, imagem (de comportamento) e dados ambientais, permitindo uma análise contextual completa, algo crucial para a interpretação de comunicações animais.

Implicações científicas e éticas

Se bem-sucedido, o projeto pode representar um marco não apenas na ciência, mas também no relacionamento entre humanos e outras espécies. Pela primeira vez, poderíamos compreender com clareza o significado de sons emitidos por golfinhos e, talvez, estabelecer um canal básico de comunicação bidirecional com esses animais.

Isso abriria portas para novas formas de conservação marinha, monitoramento ambiental, e até interações educativas e terapêuticas com cetáceos.

No entanto, o avanço também levanta questões éticas importantes. Especialistas em direitos animais alertam para os riscos de manipulação de comportamentos ou sobrecarga cognitiva em animais selvagens. Por isso, o projeto segue protocolos rígidos de não interferência no ambiente natural dos golfinhos e tem apoio de instituições que defendem o bem-estar animal.

Um salto além da linguagem humana

Essa pesquisa também serve como teste de estresse para os limites da própria IA. Enquanto modelos como ChatGPT são treinados com idiomas humanos, a comunicação dos golfinhos é não-verbal, tonal, altamente contextual e tridimensional (com sons vindos de diferentes direções).

Se a IA conseguir interpretar esse tipo de linguagem, poderá ser aplicada em diversas outras áreas, como análise de sinais biológicos, criptografia natural e sistemas de comunicação não convencionais.

O Google e seus parceiros ainda não deram uma previsão de quando os primeiros resultados práticos estarão disponíveis, mas o projeto já é considerado uma das maiores apostas de IA aplicada à biologia animal dos últimos anos.

Você acredita que a IA poderá mesmo traduzir o que os golfinhos dizem? Como isso pode mudar nossa relação com os animais? Comente abaixo!

Fontes:

Google DeepMind, Nature, Wired, Project CETI, MIT Technology Review

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