💨 Google retira meta de emissões zero até 2030 de seu site oficial

Google retira meta de emissões zero até 2030
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Crescimento do consumo de energia por data centers de IA pressiona promessas ambientais da big tech

O Google retirou discretamente de seu site oficial a meta de zerar emissões de carbono até 2030, uma promessa amplamente divulgada nos últimos anos. A decisão chama atenção por ocorrer em meio a um aumento acentuado no consumo de energia de seus data centers, impulsionado principalmente pela adoção acelerada de sistemas de inteligência artificial (IA).

Segundo o próprio relatório ambiental da empresa, o consumo de eletricidade em 2024 saltou 26% em relação ao ano anterior, atingindo 32 terawatts-hora (TWh) — um número que se aproxima do consumo total da Irlanda, país com cerca de 5 milhões de habitantes. Os data centers responsáveis por treinar e executar modelos de linguagem como o Gemini, e oferecer serviços como busca, tradução, vídeo e nuvem, têm se tornado verdadeiros consumidores industriais de energia, sobretudo à medida que a IA se integra cada vez mais a seus produtos.

Embora o Google ainda afirme publicamente que mantém o compromisso com emissões líquidas zero, agora condiciona o cumprimento dessa meta à compra de créditos de carbono e ao desenvolvimento de fontes de energia limpa que permitam compensar o crescimento da demanda. Essa mudança de tom tem gerado críticas por parte de ativistas ambientais, que acusam a empresa de recuar em suas ambições climáticas justamente quando a transição energética mais exige comprometimento das grandes corporações.

A promessa original de “carbon-free by 2030” era vista como uma das mais ousadas entre as big techs, com metas como alimentar todos os data centers com energia 100% livre de carbono 24/7. No entanto, fontes internas afirmam que a rápida expansão da infraestrutura de IA tem tornado essas metas cada vez mais difíceis de atingir, sobretudo em regiões onde a matriz elétrica ainda depende fortemente de combustíveis fósseis.

Além disso, especialistas destacam que a compensação por meio de créditos de carbono — como reflorestamento ou investimentos em projetos sustentáveis — nem sempre representa uma neutralização real das emissões, já que muitas dessas iniciativas carecem de auditoria independente ou apresentam efeitos apenas de longo prazo.

No cenário mais amplo, essa reavaliação do Google se soma a um movimento observado em outras gigantes da tecnologia. A Microsoft, por exemplo, também reportou aumento considerável em suas emissões totais em 2023, apesar de seus investimentos em energia renovável. Já a Amazon, embora continue afirmando que atingirá emissões zero até 2040, tem enfrentado dificuldades similares com suas operações de nuvem e logística.

A situação reacende o debate sobre o impacto ambiental da IA e da computação em nuvem, em um momento em que o mundo exige ações mais concretas para limitar o aquecimento global. Se, por um lado, a inteligência artificial pode ser utilizada para otimizar sistemas de energia e prever mudanças climáticas, por outro, sua infraestrutura gera uma pegada de carbono considerável, que pode anular parte dos benefícios prometidos.

Você acha que as big techs estão mesmo comprometidas com a sustentabilidade ou apenas adaptam suas metas conforme a conveniência? Compartilhe sua opinião com a gente!

Fontes:
Google Environmental Report 2024, Reuters, Bloomberg Green, Wired, The Verge, MIT Technology Review

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