
Google volta atrás e decide manter links goo.gl ainda ativos
Em uma reviravolta inesperada, o Google anunciou que a maioria dos links criados com seu antigo encurtador goo.gl continuará funcionando mesmo após o prazo final originalmente anunciado para o encerramento do serviço. A empresa esclareceu que apenas os links que já apresentam aviso explícito de desativação deixarão de funcionar a partir de 25 de agosto de 2025, e não todo o acervo de URLs, como havia sido inicialmente interpretado por usuários e especialistas.
A confusão teve origem em um comunicado emitido pela empresa em julho de 2024, no qual o Google informava que encerraria “por completo” o serviço de redirecionamento de URLs do domínio goo.gl. A medida, segundo o anúncio da época, se devia à queda acentuada no uso da ferramenta desde que ela foi oficialmente descontinuada para novos usuários em 2018. A previsão era de que, a partir de 25 de agosto de 2025, todos os links goo.gl cessariam seu funcionamento.
A repercussão foi imediata. Milhares de usuários ao redor do mundo — incluindo desenvolvedores, empresas, instituições educacionais e órgãos públicos — manifestaram preocupação com o impacto da medida. Muitos serviços e documentos antigos, tutoriais, QR codes impressos e postagens em redes sociais utilizam links encurtados com goo.gl, o que poderia causar uma onda de links quebrados em larga escala, afetando a navegação e o acesso a conteúdos históricos.
Diante da reação, o Google revisou sua política e atualizou a orientação. Em uma nota divulgada no início de agosto de 2025, a empresa afirmou:
“Links goo.gl que não exibem o aviso de desativação continuarão funcionando normalmente. A decisão de encerrar o redirecionamento será aplicada apenas a URLs específicas que já estão marcadas com status de obsolescência.”
Com isso, a maioria dos links criados entre 2009 e 2018 permanecerá ativa e operacional por tempo indeterminado, ao contrário do que se temia. O Google não forneceu detalhes sobre os critérios utilizados para marcar quais links receberiam o aviso de desativação, mas esclareceu que o processo de avaliação já havia começado meses antes.
Essa decisão traz alívio para desenvolvedores e instituições que mantêm bancos de dados, artigos acadêmicos ou sistemas com referências internas via goo.gl. Também evita um impacto maior em serviços legados ou páginas estáticas onde atualizações não são viáveis, como PDFs, manuais impressos ou códigos QR fixos.
Apesar da decisão favorável, especialistas recomendam que usuários façam a migração gradual para plataformas mais modernas, como o Firebase Dynamic Links (também do Google), Bitly ou TinyURL, especialmente para links com uso recorrente ou dependência crítica. Ferramentas de encurtamento modernas oferecem suporte a rastreamento, análises e funcionalidades adaptadas para dispositivos móveis, o que o antigo sistema goo.gl já não provê.
O episódio também revela um ponto sensível da era digital: a dependência de infraestruturas centralizadas para o acesso contínuo à informação. Quando grandes empresas descontinuam serviços amplamente utilizados, mesmo que antigos, os efeitos colaterais podem se propagar por anos. Nesse caso, a resposta do Google demonstra uma postura mais cautelosa diante da importância de preservar acessos legados.
Vale lembrar que o encurtador goo.gl foi lançado em 2009 como uma ferramenta integrada ao Google Toolbar e, posteriormente, ao Feedburner. Ganhou popularidade por sua estabilidade, confiança e simplicidade, tornando-se por anos um padrão na web para compartilhamento de links curtos.
Você ainda utiliza links goo.gl em seus projetos ou sites? Acha que as empresas de tecnologia deveriam oferecer mais garantias de funcionamento a longo prazo para seus serviços antigos? Compartilhe sua opinião nos comentários!
Fontes utilizadas:
Comunicado oficial do Google (agosto de 2025), anúncio original (julho de 2024), análise da comunidade no GitHub e fóruns de desenvolvedores, reportagens da The Verge e 9to5Google
Nota de transparência:
Esta matéria baseia-se em comunicados oficiais emitidos pelo Google e em análises técnicas da comunidade. As informações refletem o estado atual da política de funcionamento do goo.gl e podem ser ajustadas futuramente pela empresa.