
Durante o evento Google I/O, a gigante da tecnologia anunciou um conjunto de inovações significativas que afetam tanto o uso de inteligência artificial em veículos quanto a segurança dos dispositivos com Android. Os destaques ficam por conta da chegada do modelo de IA Gemini ao Android Auto e aos sistemas automotivos com integração direta com o Google, e de novas camadas de proteção para o sistema Android, especialmente nas versões 15 e 16.
O modelo Gemini, que já atua como assistente nos smartphones e tablets Android, passará agora a equipar também os carros com Android Auto e os sistemas automotivos que utilizam a plataforma da Google como base. Isso significa que motoristas poderão interagir com a inteligência artificial por comandos de voz, utilizando linguagem natural para realizar tarefas como envio de mensagens, checagem de rotas, criação de lembretes e muito mais — tudo sem tirar as mãos do volante.
Segundo Sameer Samat, presidente de produtos Android e Play do Google, a integração do Gemini ao ambiente automotivo tem como foco “aumentar a segurança, reduzir distrações e facilitar a experiência digital dos motoristas”. A IA será capaz de entender o contexto da viagem, o conteúdo das mensagens recebidas e até sugerir ações com base em compromissos da agenda e preferências do usuário.
Paralelamente ao anúncio sobre IA, a empresa detalhou importantes melhorias na segurança das próximas versões do Android. Com o Android 16, previsto para lançamento no segundo semestre, será implementado um novo recurso que impede a instalação de aplicativos por meio de sideload (instalação manual de APKs fora da Play Store) durante chamadas telefônicas recebidas de números desconhecidos. Essa medida visa coibir golpes e malwares que se aproveitam de distrações momentâneas para induzir o usuário a instalar apps maliciosos.
Outro avanço no Android 16 é a ampliação do Programa de Proteção Avançada, que antes era voltado exclusivamente para contas Google. Agora, ele também protegerá os dispositivos Android em si, oferecendo verificação extra contra tentativas de invasão, exigência de autenticação de múltiplos fatores e barreiras adicionais contra acessos não autorizados. A iniciativa busca atender especialmente jornalistas, ativistas e pessoas em situação de risco digital elevado.
Já a partir do Android 15, a proteção contra roubos e fraudes também será reforçada com um novo mecanismo atrelado ao Factory Reset Protection (FRP). Atualmente, criminosos conseguem driblar o FRP ao redefinir o aparelho para configurações de fábrica, permitindo sua revenda ou reutilização indevida. Com a nova camada de segurança, esses aparelhos não permitirão a criação de novas contas Google, configuração de senhas ou instalação de apps sem a confirmação da identidade do proprietário original.
Essas mudanças colocam o Android mais próximo do nível de segurança exigido por ambientes corporativos e governos, ao mesmo tempo em que ampliam a proteção para o usuário comum, especialmente em situações de roubo ou furto de dispositivos.
A movimentação da Google ocorre em um momento em que a segurança digital se tornou uma das maiores preocupações dos consumidores, principalmente com o aumento de ataques direcionados a smartphones. Segundo especialistas do setor, como os analistas da Wired e The Verge, o ecossistema Android precisava de ações mais contundentes para mitigar riscos ligados à instalação de apps por fontes não confiáveis e à vulnerabilidade após perda ou roubo de dispositivos.
A integração entre IA e segurança também faz parte da estratégia da empresa para consolidar o Android como um sistema robusto, flexível e adaptado às necessidades do mundo moderno. A combinação entre Gemini e os novos mecanismos de proteção pode mudar significativamente a forma como os usuários interagem com seus aparelhos — dentro e fora do carro.
Você usa Android Auto ou costuma instalar apps fora da Play Store? Compartilhe sua experiência nos comentários e diga o que achou dessas novidades anunciadas pela Google.
Fontes:
Google, The Verge, TechCrunch, Wired, Bloomberg