
O Google acaba de apresentar oficialmente o Gemini 2.5 Deep Think, o primeiro modelo multiagente da empresa a ser disponibilizado publicamente. A novidade marca um avanço significativo na arquitetura dos grandes modelos de linguagem, com uma abordagem que simula mĂșltiplas perspectivas de raciocĂnio antes de chegar a uma resposta final, caracterĂstica considerada essencial para aplicaçÔes que exigem julgamento mais elaborado, como resolução de problemas complexos, matemĂĄtica avançada e simulaçÔes estratĂ©gicas.
Segundo o Google, o Gemini 2.5 Deep Think Ă© resultado de um esforço contĂnuo para construir modelos mais reflexivos, menos impulsivos e com maior capacidade de anĂĄlise contextual profunda. Diferente dos modelos convencionais, que tendem a gerar respostas de forma direta a partir de um Ășnico fluxo de raciocĂnio, o Deep Think coordena mĂșltiplos agentes internos â cada um representando uma linha de raciocĂnio distinta â e seleciona, ao final, a solução mais consistente, apĂłs um processo interno de âdebateâ entre agentes.
Essa capacidade jĂĄ foi colocada Ă prova em cenĂĄrios de alta exigĂȘncia cognitiva. O Google revelou que utilizou uma variação especializada do Gemini 2.5 Deep Think para competir â e conquistar medalha de ouro â na OlimpĂada Internacional de MatemĂĄtica (IMO) deste ano. Embora o modelo nĂŁo substitua humanos na competição, ele foi testado com problemas oficiais da IMO e demonstrou performance superior Ă de grande parte dos participantes humanos.
AlĂ©m disso, o Gemini 2.5 Deep Think teve destaque no benchmark Humanityâs Last Exam, uma das baterias de testes mais desafiadoras para inteligĂȘncia artificial. O sistema obteve uma pontuação de 34,8%, superando concorrentes de peso como o Grok 4 (25,4%) e o OpenAI o3 (20,3%), embora ainda abaixo do Grok 4 Heavy, que liderou com 44,4%.
O Google posiciona o Deep Think como parte da assinatura Ultra do Gemini, disponĂvel para usuĂĄrios premium nos serviços Google AI. Isso inclui integração com produtos como o Workspace (Docs, Sheets, Gmail), bem como acesso Ă API para desenvolvedores e empresas. A companhia ainda nĂŁo revelou planos para liberar o modelo na versĂŁo gratuita.
Especialistas consideram o lançamento um marco tĂ©cnico importante para o Google, que vinha sendo pressionado por rivais como OpenAI, Anthropic e xAI (criadora do Grok). A adoção de um modelo multiagente com desempenho competitivo demonstra que a gigante de Mountain View continua investindo pesado em inovação de IA, apĂłs as crĂticas recebidas nas primeiras versĂ”es do Bard e dos modelos Gemini anteriores.
O sistema Deep Think tambĂ©m reforça a tendĂȘncia crescente de uso de modelos com raciocĂnio colaborativo interno, uma abordagem inspirada em teorias cognitivas humanas, onde diferentes vozes ou hipĂłteses sĂŁo consideradas antes da tomada de decisĂŁo. Essa abordagem se mostra promissora nĂŁo apenas para matemĂĄtica e ciĂȘncia, mas tambĂ©m para domĂnios como direito, finanças e engenharia.
Apesar do avanço, especialistas alertam que o modelo ainda apresenta limitaçÔes em consistĂȘncia e confiabilidade em tarefas mais subjetivas, e que seus resultados devem ser interpretados com cautela. O prĂłprio Google reconhece que o sistema ainda estĂĄ em fase de evolução, mas aponta que os ganhos em precisĂŁo e profundidade jĂĄ sĂŁo evidentes em tarefas de raciocĂnio estruturado.
VocĂȘ jĂĄ testou algum modelo de IA com raciocĂnio avançado? O que espera do Gemini 2.5 Deep Think? Deixe sua opiniĂŁo nos comentĂĄrios!
Fontes:
Google AI Blog, TechCrunch, The Verge, International Mathematical Olympiad, xAI, OpenAI Benchmark Data
Nota de transparĂȘncia:
Esta matĂ©ria foi baseada em dados oficiais divulgados pelo Google, incluindo benchmarks tĂ©cnicos e informaçÔes do blog da empresa. Os resultados mencionados nos testes comparativos foram confirmados por fontes independentes e veĂculos de imprensa especializados em tecnologia e inteligĂȘncia artificial.