
A Apple entrou com uma ação judicial contra um ex-engenheiro sênior envolvido no desenvolvimento do Vision Pro, acusando-o de ter roubado um “volume massivo” de documentos confidenciais relacionados a produtos ainda não lançados. A denúncia foi protocolada em um tribunal da Califórnia e envolve um caso sensível de violação de confidencialidade e possível concorrência desleal.
Segundo a ação movida pela empresa, o engenheiro — cujo nome não foi inicialmente divulgado — teria informado à equipe de recursos humanos que estava deixando a Apple por “motivos pessoais”. No entanto, a empresa alega que ele já tinha aceitado uma proposta de emprego da Snap Inc., a criadora do Snapchat, para assumir uma função “substancialmente semelhante” àquela que ocupava na Apple.
A acusação aponta que, ao omitir sua contratação por uma concorrente direta no setor de realidade aumentada e dispositivos vestíveis, o funcionário foi autorizado a permanecer na Apple durante o período de aviso prévio. Nesse tempo, usando suas credenciais ainda válidas, ele teria acessado e baixado uma grande quantidade de arquivos internos, incluindo especificações técnicas, diagramas de design e planos estratégicos relacionados a dispositivos futuros — não apenas do Vision Pro, mas também de outros produtos em fase de prototipagem.
A Apple afirma que as ações do ex-funcionário violam cláusulas contratuais de confidencialidade e política interna de segurança da informação. O processo pede indenização por danos e busca medidas legais para impedir o uso ou divulgação das informações confidenciais pela Snap ou qualquer outra empresa. Além disso, a Apple solicitou à justiça que o acusado devolva todos os dados obtidos de forma indevida.
Fontes próximas ao caso informaram que os documentos baixados incluem detalhes ainda não públicos sobre futuros modelos do Vision Pro e de outros dispositivos de realidade mista, reforçando o nível de gravidade da acusação. Embora a Snap não tenha sido formalmente acusada no processo até o momento, a Apple não descarta a possibilidade de ampliar a ação dependendo do andamento da investigação.
A Snap, por sua vez, divulgou uma breve declaração afirmando que “leva muito a sério qualquer alegação de uso indevido de informações confidenciais” e que está conduzindo uma análise interna para verificar se houve violação de conduta por parte do novo contratado. Até agora, a empresa não foi impedida judicialmente de manter o ex-engenheiro em sua equipe, mas o caso está sendo monitorado de perto por advogados de ambas as partes.
Casos como esse evidenciam os riscos crescentes de espionagem corporativa e transferência indevida de propriedade intelectual no setor de tecnologia, especialmente em áreas de fronteira como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR). Com investimentos bilionários em dispositivos como o Vision Pro, qualquer vazamento de informação pode comprometer vantagens competitivas estratégicas.
O Apple Vision Pro, anunciado em 2023 e lançado comercialmente em 2024, é considerado o início de uma nova linha de produtos voltada para a computação espacial. A empresa já sinalizou que versões futuras do dispositivo estão em desenvolvimento, incluindo modelos mais acessíveis e com melhorias em ergonomia e autonomia — projetos que, segundo rumores, estariam entre os documentos acessados indevidamente.
Se as acusações forem confirmadas, o engenheiro poderá enfrentar sanções civis e até criminais, dependendo do tipo de informação envolvida e do impacto potencial sobre a Apple. A legislação norte-americana prevê punições severas para crimes corporativos relacionados ao roubo de segredos industriais, especialmente em casos com indícios de premeditação e acesso indevido após término contratual.
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Fontes:
Apple Inc., Tribunal da Califórnia, Snap Inc., Bloomberg, The Verge, Reuters