⚖️ Estudo da Microsoft sobre chip quântico enfrenta acusações

Estudo da Microsoft sobre chip quântico enfrenta acusações

A Microsoft está enfrentando sérias acusações de manipulação de dados em um estudo fundamental para o desenvolvimento de seu chip quântico Majorana 1. O estudo, publicado em 2018 e liderado por Leo Kouwenhoven, então pesquisador da Microsoft e professor na Universidade de Tecnologia de Delft, afirmava ter encontrado evidências de partículas de Majorana, essenciais para a computação quântica topológica. No entanto, uma investigação subsequente revelou que os dados apresentados foram “desnecessariamente corrigidos” e que erros de calibração afetaram os resultados originais. Os autores admitiram os erros e retrataram o artigo, pedindo desculpas pela falta de rigor científico .

A controvérsia ressurgiu recentemente quando um dos autores do estudo reconheceu que o trabalho continha manipulações de dados, levantando novas dúvidas sobre a validade das descobertas que sustentaram o desenvolvimento do chip Majorana 1 . Apesar das preocupações, a revista científica que publicou o estudo recusou-se a agir, mesmo diante de pedidos de retratação por parte de alguns autores .

O Majorana 1 foi anunciado pela Microsoft como um avanço significativo na computação quântica, utilizando qubits topológicos que prometem maior estabilidade e resistência a erros. A empresa afirmou que o chip poderia permitir a integração de um milhão de qubits em um único chip compacto, superando os computadores atuais em capacidade de processamento .

No entanto, especialistas da comunidade científica expressaram ceticismo em relação às alegações da Microsoft. Físicos como Jay Sau e Stephen Bartlett apontaram que as evidências apresentadas não são conclusivas e que os padrões eletrônicos característicos das partículas de Majorana não foram demonstrados de forma definitiva . Além disso, executivos da Amazon, concorrente da Microsoft no campo da computação quântica, questionaram a validade das afirmações, sugerindo que as evidências científicas não sustentam completamente as alegações da empresa .

A Microsoft, por sua vez, mantém sua posição de que o Majorana 1 representa um avanço transformador na computação quântica. Em um comunicado oficial, a empresa destacou que o chip utiliza uma nova classe de materiais chamada topocondutores, que permitem o controle de qubits topológicos protegidos por hardware, marcando um salto significativo em direção à computação quântica prática .

Apesar das controvérsias, a Microsoft continua investindo em sua plataforma Azure Quantum, que combina inteligência artificial, computação de alto desempenho e ferramentas quânticas para aplicações em ciência dos materiais, química e farmacêutica . A empresa também desenvolveu o Q#, uma linguagem de programação específica para algoritmos quânticos, e está trabalhando em técnicas de correção de erros para tornar os qubits mais confiáveis .

A situação atual destaca os desafios enfrentados no campo da computação quântica, onde avanços significativos são frequentemente acompanhados de ceticismo e necessidade de validação rigorosa. A comunidade científica continua a acompanhar de perto os desenvolvimentos da Microsoft e de outras empresas na busca por computadores quânticos práticos e confiáveis.

Você acredita que a computação quântica está próxima de se tornar realidade? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe do debate sobre os desafios e avanços dessa tecnologia emergente.

Fontes: Science, Wired, Scientific Inquirer, Nature, The Verge, Business Insider, New York Post

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