
O maior mercado negro da internet, conhecido como Huione Guarantee e Xinbi Guarantee, foi encerrado após banimento definitivo em importantes canais do Telegram. Segundo reportagens detalhadas dos sites Ars Technica e WIRED, essas plataformas atuavam como intermediadoras para transações ilícitas, permitindo que vendedores terceirizados oferecessem uma ampla variedade de serviços e produtos voltados para atividades criminosas, incluindo lavagem de moedas digitais, venda de dados pessoais de potenciais vítimas e distribuição de ferramentas de deepfake. Estima-se que, juntos, os dois mercados tenham movimentado mais de 35 bilhões de dólares desde o início de suas operações em 2021.
A rede Huione, baseada majoritariamente na Ásia, ficou famosa por criar um ambiente “garantido” para transações entre criminosos, aproveitando a popularidade e o relativo anonimato do Telegram. Nessas plataformas, grupos e bots atuavam como “garantes”, retendo pagamentos e intermediando negociações entre compradores e vendedores, similar ao funcionamento de grandes marketplaces legítimos. O diferencial, porém, era o foco em serviços ilegais altamente sofisticados, incluindo esquemas de golpes digitais, fraudes bancárias, lavagem de criptomoedas e até a venda de ferramentas para a criação de identidades falsas com uso de inteligência artificial.
O banimento dos principais canais ocorreu após meses de denúncias feitas por pesquisadores de segurança digital, órgãos policiais e jornalistas investigativos. A decisão foi confirmada pela própria equipe do Telegram em um comunicado enviado ao Ars Technica, no qual a empresa afirma manter tolerância zero com atividades ilícitas e reforça sua política de banir rapidamente grupos ou canais que violem as regras da plataforma. Apesar do bloqueio, especialistas ouvidos pela WIRED alertam que parte dos operadores dos mercados já busca migrar para outras redes ou criar canais alternativos para tentar retomar as operações.
Os números impressionam: investigações realizadas por empresas de segurança, citadas pelas matérias da Ars Technica e WIRED, estimam que Huione Guarantee e Xinbi Guarantee reuniram milhares de vendedores, movimentando bilhões de dólares em transações, muitas vezes envolvendo criptomoedas e sistemas sofisticados de anonimização. A facilidade de acesso, aliada à sensação de proteção proporcionada pelos “garantes”, fez com que muitos golpistas e organizações criminosas de diversos países recorressem a esses mercados para comercializar dados roubados, acessar vítimas de golpes de romance, golpes financeiros e até contratar ataques de deepfake sob demanda.
Embora o banimento represente um duro golpe contra o cibercrime, especialistas em segurança digital ressaltam que a luta está longe de terminar. Em entrevista à WIRED, um pesquisador da empresa de segurança digital Chainalysis explicou que o combate a esses mercados exige cooperação internacional contínua e monitoramento constante das novas formas de atuação dos criminosos. A reportagem também destaca que a evolução das ferramentas de deepfake e o crescimento de moedas digitais descentralizadas aumentam o desafio para as autoridades, tornando a repressão a esses mercados ainda mais complexa.
Transparência:
As informações desta matéria foram apuradas em reportagens dos sites Ars Technica e WIRED, ambas baseadas em investigações de empresas de segurança digital, comunicados oficiais do Telegram e declarações de pesquisadores. Parte dos dados sobre valores movimentados, número de envolvidos e novas tendências do mercado negro virtual são baseados em estimativas e alertas de especialistas, já que os operadores desses sistemas agem de forma oculta. Por isso, recomenda-se cautela e acompanhamento das fontes primárias para atualizações futuras.
O que você pensa sobre o combate a mercados negros virtuais? Acredita que banimentos em redes como o Telegram realmente conseguem enfraquecer o cibercrime? Deixe sua opinião nos comentários e acompanhe nossas próximas matérias sobre segurança digital!
Fontes:
Ars Technica, WIRED, Telegram, Chainalysis