
A Dinamarca anunciou uma decisão histórica para sua infraestrutura digital: substituir produtos da Microsoft, como o pacote Office, por alternativas de código aberto em todos os ministérios do país. A confirmação veio diretamente da Ministra da Digitalização, Marie Bjerre, durante uma coletiva de imprensa em Copenhague no início de junho de 2025. A transição, que será implementada de forma gradual, tem como meta final equipar todos os funcionários do Ministério da Digitalização com softwares open-source até o final de 2025, com outros ministérios seguindo o mesmo cronograma nos anos subsequentes. A iniciativa, segundo Bjerre, visa reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros de tecnologia e fortalecer a soberania digital do país.
A decisão foi detalhada em um relatório oficial publicado pelo governo dinamarquês, que destaca a importância de maior controle sobre os dados e sistemas utilizados em órgãos públicos. “Queremos garantir que nossa infraestrutura digital seja transparente, segura e alinhada com os valores dinamarqueses”, afirmou Bjerre, conforme relatado pelo site The Local. A ministra também enfatizou que o uso de softwares de código aberto, como LibreOffice e Nextcloud, permitirá à Dinamarca personalizar soluções para atender às necessidades específicas do governo, além de reduzir custos com licenças proprietárias.
De acordo com o ZDNET, a transição começou com um projeto-piloto no Ministério da Digitalização, onde ferramentas como o Microsoft Office foram substituídas por equivalentes open-source, incluindo o LibreOffice para processamento de texto, planilhas e apresentações, e o Thunderbird para gerenciamento de e-mails. O relatório governamental indica que mais de 2.500 funcionários serão impactados apenas na primeira fase, com treinamentos já em andamento para facilitar a adaptação. A escolha por softwares de código aberto também reflete uma tendência crescente na Europa, onde países como Alemanha e França já adotaram iniciativas semelhantes em alguns setores públicos.
A decisão da Dinamarca não é apenas técnica, mas também geopolítica. O governo expressou preocupações com a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente em um contexto global de crescentes tensões sobre privacidade de dados e segurança cibernética. Embora a Microsoft não tenha sido mencionada diretamente como um risco, o relatório destaca que softwares proprietários muitas vezes limitam o controle sobre atualizações e armazenamento de dados, o que pode ser problemático para órgãos governamentais. O The Local relatou que a Dinamarca planeja investir em desenvolvedores locais para personalizar e manter as soluções open-source, criando oportunidades para a indústria tecnológica do país.
A transição, no entanto, não está isenta de desafios. Especialistas consultados pelo ZDNET apontam que a mudança para softwares de código aberto pode enfrentar resistência devido à familiaridade dos funcionários com ferramentas como Word e Excel. Além disso, a compatibilidade com sistemas legados e a integração com outros parceiros internacionais, que ainda usam produtos da Microsoft, podem gerar obstáculos. O governo dinamarquês reconheceu essas questões e afirmou que a transição será gradual, com suporte técnico contínuo para minimizar impactos. Até o momento, não há relatos de falhas significativas no projeto-piloto, mas a eficácia da implementação em larga escala ainda não foi totalmente avaliada.
Como nota de transparência, todas as informações apresentadas são baseadas em declarações oficiais do governo dinamarquês e em reportagens de fontes confiáveis, como ZDNET e The Local. Não há, até agora, comunicados oficiais da Microsoft sobre a decisão, o que deixa em aberto a possibilidade de futuras negociações ou ajustes. A iniciativa da Dinamarca é um marco importante para o movimento open-source e pode inspirar outros países a seguirem o mesmo caminho. O que você acha dessa mudança para softwares de código aberto? Será que ela pode transformar o futuro da tecnologia governamental? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe suas ideias!
Fontes: ZDNET, The Local, Relatório do Governo Dinamarquês