
A corrida para alcançar a Inteligência Artificial Geral (AGI) – uma forma avançada de IA capaz de realizar qualquer tarefa cognitiva humana – pode estar mais próxima do que se imaginava. Em entrevista concedida ao programa norte-americano “60 Minutes”, o CEO da Google DeepMind, Demis Hassabis, afirmou que a AGI pode se tornar realidade dentro de um período de cinco a dez anos.
A DeepMind, conhecida por suas conquistas no campo da IA como o AlphaGo e AlphaFold, agora está focada em tecnologias que vão além de tarefas específicas. Hassabis explicou que a equipe está empenhada em desenvolver modelos capazes de pensar, planejar e resolver problemas complexos, assim como os seres humanos.
“Estamos no início de uma nova era. A IA está deixando de ser apenas um assistente inteligente e está caminhando para se tornar um colaborador real no avanço da ciência e da medicina”, afirmou o CEO da DeepMind.
Segundo ele, a AGI será capaz de realizar descobertas científicas inéditas, acelerar o desenvolvimento de tratamentos médicos e até ajudar na resolução de questões globais, como as mudanças climáticas.
O que é a AGI?
A Inteligência Artificial Geral é considerada o “Santo Graal” do setor. Diferente das IAs atuais – que são especializadas em uma ou poucas tarefas –, a AGI teria capacidade de aprendizado amplo e adaptativo. Isso significa que ela poderia atuar em diferentes áreas com competência semelhante ou superior à humana, sem a necessidade de reprogramação.
Hassabis ressaltou que, para atingir esse nível, é necessário combinar avanços em algoritmos, poder computacional e compreensão profunda da mente humana. A DeepMind vem investindo fortemente nessas três frentes, inclusive com parcerias interdisciplinares envolvendo neurociência e psicologia cognitiva.
Impactos e preocupações éticas
Apesar do otimismo, o avanço rumo à AGI também levanta preocupações. Especialistas alertam que a criação de uma IA com capacidades tão amplas pode representar riscos significativos se não houver uma regulação adequada.
Entre os riscos apontados estão a manipulação de informações em larga escala, uso malicioso por governos autoritários e o desemprego em setores vulneráveis à automação. Além disso, existe o receio de que o controle sobre tais tecnologias fique restrito a poucas corporações poderosas, como Google, OpenAI e Microsoft.
Em resposta, Hassabis reforçou o compromisso da DeepMind com o desenvolvimento ético da inteligência artificial. Segundo ele, a empresa possui comitês de governança, auditorias de risco e um código de conduta interno rigoroso que orienta cada passo da pesquisa.
Colaboração global será essencial
Para Hassabis, o desenvolvimento seguro e benéfico da AGI exigirá uma colaboração global sem precedentes. Ele defende que governos, universidades, ONGs e empresas privadas unam esforços para estabelecer normas internacionais, promover transparência e garantir que os benefícios da IA sejam distribuídos de forma equitativa.
“Se fizermos isso corretamente, a AGI pode nos levar a uma era de abundância radical, onde problemas históricos como fome, doenças e desigualdade possam ser finalmente superados”, concluiu.
Conclusão
O futuro da inteligência artificial está se desenhando mais rapidamente do que muitos imaginavam. A visão de uma AGI funcional em menos de uma década já não parece mais ficção científica. Enquanto os avanços tecnológicos empolgam, é fundamental manter o foco em segurança, ética e inclusão social para garantir que esse novo capítulo da humanidade seja positivo para todos.
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Fontes:
CBS News, Google DeepMind, 60 Minutes, MIT Technology Review, Nature