😳 Columbia Suspende Estudante por IA que Trapaça Entrevistas

A Universidade de Columbia, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos, suspendeu por um ano o estudante de Ciência da Computação Chungin “Roy” Lee, de 21 anos, após ele desenvolver uma inteligência artificial (IA) chamada Interview Coder, projetada para ajudar candidatos a trapacearem em entrevistas técnicas de programação. A ferramenta, que responde a desafios complexos no estilo LeetCode, foi usada por Lee para passar em processos seletivos de gigantes da tecnologia como Amazon, Meta e TikTok, gerando polêmica e uma denúncia formal da Amazon à universidade. A suspensão, válida até maio de 2026, reacende o debate sobre ética no uso de IA e os desafios das empresas em detectar trapaças em processos de recrutamento.

O Interview Coder funciona como um assistente invisível durante entrevistas técnicas, fornecendo respostas em tempo real para perguntas de programação. Lee, que criou a ferramenta após enfrentar dificuldades em entrevistas, transformou o projeto em uma startup que cobra US$ 60 por mês pelo acesso. Ele próprio usou a IA para conseguir ofertas de emprego em grandes empresas, gravando uma demonstração durante um processo seletivo da Amazon para provar a eficácia do sistema. Em entrevista ao Business Insider, Lee revelou sua motivação: “O processo foi tão frustrante que me fez odiar programação. Esses testes não refletem o trabalho real de um programador.” Sua startup, segundo ele, estava a caminho de faturar até US$ 2 milhões por ano antes da suspensão.

A reação da Amazon foi imediata. Um executivo da empresa enviou uma carta à Universidade de Columbia exigindo providências e ameaçando suspender futuras contratações de alunos da instituição. A universidade, que tem uma longa tradição de parceria com a Amazon no campo da engenharia, respondeu com a suspensão de Lee, alegando violação de suas políticas éticas. A decisão gerou debates acalorados. Enquanto alguns defendem que o uso de IA em entrevistas é uma forma de “nivelar o jogo” em processos seletivos notoriamente difíceis, outros, incluindo especialistas em recrutamento, argumentam que isso compromete a integridade do candidato e engana as empresas sobre suas reais competências.

O caso também expõe as dificuldades das empresas em detectar o uso de IA generativa em entrevistas remotas. Segundo especialistas, não há consenso sobre métodos confiáveis para identificar trapaças com ferramentas como o Interview Coder. Recrutadores agora precisam estar mais atentos a sinais como respostas genéricas ou falta de fluidez ao discutir experiências específicas. Greg Yang, cofundador da xAI, compartilhou no X que já flagrou candidatos usando IA durante entrevistas, destacando que o comportamento “era muito óbvio”. No entanto, a ausência de tecnologia robusta para monitoramento levanta questões sobre como as empresas podem se adaptar a essa nova realidade.

Apesar da suspensão, Lee e seu sócio continuam promovendo o Interview Coder, que permanece ativo e disponível para assinantes. A ferramenta, segundo eles, é uma solução para um “processo de recrutamento quebrado” que prioriza testes técnicos em vez de habilidades práticas. Essa visão, porém, não é unânime. Especialistas em ética tecnológica alertam que o uso indiscriminado de IA para trapacear pode prejudicar a credibilidade de profissionais e até impactar a qualidade das contratações no longo prazo. Além disso, a dependência excessiva de ferramentas como essa pode minar o desenvolvimento de habilidades críticas, como resolução de problemas e pensamento lógico, essenciais para a carreira em tecnologia.

O caso de Chungin Lee não é isolado. Nos últimos anos, o uso de IA em contextos acadêmicos e profissionais tem gerado preocupações crescentes. Universidades e empresas estão sendo forçadas a rever suas políticas para lidar com o avanço da tecnologia, enquanto tentam equilibrar inovação e integridade. Para os candidatos a vagas em tecnologia, o incidente serve como um alerta: embora ferramentas como o Interview Coder possam oferecer vantagens temporárias, os riscos éticos e profissionais são altos. Para as empresas, o desafio é modernizar os processos seletivos, talvez focando mais em projetos práticos e menos em testes padronizados, para garantir uma avaliação mais justa e precisa.

Fontes:

Hardware.com.br, Business Insider, Exame, Visao.pt

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