Em 14 de julho de 2025, a Cognition, startup por trás do agente de programação de inteligência artificial Devin, anunciou a aquisição da Windsurf, uma empresa de desenvolvimento de ferramentas de codificação baseadas em IA. O anúncio, feito por meio de um comunicado oficial no blog da Cognition, veio dias após a Google DeepMind contratar o CEO da Windsurf, Varun Mohan, o cofundador Douglas Chen e líderes de pesquisa em um acordo de licenciamento de tecnologia avaliado em US$ 2,4 bilhões. A aquisição pela Cognition inclui a propriedade intelectual, produtos, marca e a totalidade dos funcionários remanescentes da Windsurf que não foram contratados pela Google, embora o valor do negócio não tenha sido divulgado. O CEO da Cognition, Scott Wu, afirmou em um memorando interno: “Estamos entusiasmados em integrar a equipe e a tecnologia da Windsurf para acelerar nossa missão de transformar a engenharia de software”.
A Windsurf, conhecida por seu ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) alimentado por IA, alcançou uma receita recorrente anual (ARR) de US$ 82 milhões, com o segmento empresarial dobrando trimestre a trimestre, segundo informações do comunicado da Cognition. A empresa atende mais de 350 clientes corporativos e possui centenas de milhares de usuários ativos diários. A aquisição ocorre em um momento de intensa competição no mercado de ferramentas de codificação baseadas em IA, com empresas como Cursor, que reportou US$ 500 milhões em ARR, e o GitHub Copilot, da OpenAI, liderando o setor. A integração do Devin, um agente autônomo de codificação que planeja, escreve, depura e implanta código, com o IDE da Windsurf, promete criar uma plataforma unificada que permite aos desenvolvedores planejar tarefas, delegar código a agentes de IA e revisar solicitações de pull dentro de um único ambiente.
O contexto da aquisição é marcado por uma série de eventos turbulentos. Em abril de 2025, a OpenAI esteve perto de adquirir a Windsurf por US$ 3 bilhões, mas o acordo fracassou devido a tensões relacionadas ao acesso da Microsoft à propriedade intelectual da Windsurf, conforme reportado pela The Verge e The Wall Street Journal. Logo após o colapso das negociações, a Google DeepMind anunciou, em 11 de julho de 2025, a contratação de líderes-chave da Windsurf e um acordo de licenciamento não exclusivo de sua tecnologia, sem adquirir a empresa. Chris Pappas, porta-voz da Google, declarou à TechCrunch: “Estamos empolgados em receber talentos de codificação de IA da Windsurf na Google DeepMind para avançar nosso trabalho em codificação agentiva”. Esse movimento deixou a Windsurf em uma posição incerta, com Jeff Wang, ex-chefe de negócios, assumindo como CEO interino.
A aquisição pela Cognition foi finalizada em um período de 72 horas, descrito por Wang como “a maior montanha-russa da minha carreira” em uma postagem no LinkedIn. Ele destacou que a combinação das tecnologias da Windsurf e da Cognition criará “oportunidades ilimitadas para aumentar a produtividade dos engenheiros”. A Cognition planeja integrar o Devin ao IDE da Windsurf, permitindo que desenvolvedores gerenciem fluxos de trabalho complexos com maior automação. Um vídeo conjunto postado no X por Wu e Wang detalhou como a integração permitirá “planejar tarefas no Windsurf, lançar uma equipe de Devins e revisar pull requests no mesmo IDE”. A empresa também garantiu que todos os funcionários da Windsurf terão seus direitos de vesting de ações totalmente acelerados, assegurando benefícios financeiros para a equipe remanescente.
Apesar do entusiasmo, há preocupações no setor. Um artigo da VentureBeat apontou que a saída de líderes para a Google pode impactar a continuidade da inovação na Windsurf, enquanto críticos no X, como o usuário @ataru_mix, questionaram se a aquisição pode limitar a independência da Windsurf. Além disso, startups que perderam liderança em acordos semelhantes, como Scale AI e Inflection, enfrentaram dificuldades para manter o ritmo, segundo a TechCrunch. As informações apresentadas foram verificadas em fontes primárias, como o blog da Cognition e declarações da Google, e complementadas por análises de veículos confiáveis como TechCrunch, VentureBeat e Reuters. Projeções sobre o impacto da aquisição são baseadas em análises de especialistas e podem variar.
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Fontes: Cognition Blog, TechCrunch, VentureBeat, Reuters, The Verge, The Wall Street Journal, LinkedIn