
A Cloudflare anunciou nesta semana que neutralizou um dos maiores ataques DDoS (negação de serviço distribuída) já registrados na internet. O pico do ataque atingiu incríveis 11,5 terabits por segundo (Tbps) — cerca de 60% mais intenso que o recorde anterior. A ofensiva durou aproximadamente 35 segundos, mas foi o suficiente para enviar mais de 5,1 bilhões de pacotes por segundo, gerando preocupação com a escalada das ameaças cibernéticas em escala global.
Segundo a empresa, o ataque se caracterizou por ser UDP hiper-volumétrico, uma técnica comum em DDoS que utiliza pacotes pequenos e rápidos para sobrecarregar servidores. As origens da ofensiva foram variadas: dispositivos IoT comprometidos, provedores de nuvem e contas hackeadas no Google Cloud. O fato de um ataque tão massivo ter sido organizado de forma coordenada mostra a sofisticação crescente desses vetores de ameaça.
A boa notícia para os usuários é que a rede global de mitigação da Cloudflare conseguiu detectar e bloquear a ofensiva em tempo real, sem causar impacto significativo nos serviços dos clientes. A empresa reforça que sua infraestrutura foi desenhada justamente para absorver esse tipo de carga inesperada.
Embora esse ataque tenha sido excepcional em volume, ele não é um caso isolado. A Cloudflare revelou que bloqueou mais de 6.500 ataques hiper-volumétricos apenas nos últimos meses. O número mostra uma tendência preocupante: os ciberataques não só estão ficando mais frequentes, como também muito mais intensos.
Casos assim chamam a atenção para um aspecto muitas vezes negligenciado por empresas e usuários: a importância de uma infraestrutura de rede preparada para ataques em escala. Basta imaginar uma pequena empresa ou site de médio porte sendo alvo de uma ofensiva assim — mesmo alguns segundos fora do ar podem significar perdas financeiras e danos à reputação.
Para exemplificar o impacto de ataques DDoS, pense em uma praça pública onde todos tentam gritar ao mesmo tempo pedindo informações em um único balcão. A pessoa atendendo — no caso, o servidor — não consegue responder ninguém, e a comunicação se torna impossível. É isso que um ataque DDoS faz: sufoca o servidor com pedidos falsos até que ele não consiga mais responder aos reais.
Além da Cloudflare, empresas como Google, AWS e Microsoft Azure também vêm enfrentando um crescimento expressivo desses ataques. A origem costuma estar ligada a botnets — redes de dispositivos infectados — que crescem à medida que mais dispositivos conectados à internet permanecem desprotegidos.
A Cloudflare conclui seu relatório alertando que o cenário exige vigilância constante, investimento em infraestrutura e colaboração entre empresas de tecnologia e provedores globais. O ataque de 11,5 Tbps é um marco — mas é provável que novos recordes sejam estabelecidos em breve.
Você já teve seu site fora do ar por um ataque? Ou trabalha com infraestrutura e segurança digital? Compartilhe sua experiência com a gente nos comentários!
Fontes:
Cloudflare Blog, Ars Technica, BleepingComputer, TechCrunch