
Cidade japonesa Toyoake propõe limitar uso de smartphones a 2 horas por dia
Nova regra, caso aprovada, valerá fora do horário escolar ou de trabalho e será pioneira no Japão. Não haverá punições para quem descumprir.
A cidade de Toyoake, localizada na província de Aichi, no centro do Japão, pode se tornar a primeira municipalidade do país a implementar um limite oficial de uso de smartphones. A proposta, apresentada no final de agosto, sugere que os residentes utilizem seus dispositivos móveis por no máximo duas horas por dia, fora do expediente de trabalho ou período escolar.
A regulamentação não será obrigatória e não prevê punições para quem não cumprir o limite. Segundo as autoridades locais, o principal objetivo é promover a reflexão coletiva sobre os impactos negativos do uso excessivo de eletrônicos, principalmente entre os jovens.
O que motivou a medida?
O governo de Toyoake afirma que a proposta surge diante de preocupações crescentes com os efeitos da dependência digital, como:
- Redução na qualidade do sono;
- Dificuldades de concentração;
- Problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão;
- Isolamento social, especialmente entre adolescentes.
Pesquisas conduzidas localmente mostraram que muitos estudantes passam mais de quatro horas por dia em seus smartphones fora do ambiente escolar, o que acendeu um alerta entre educadores, pais e autoridades de saúde.
Como será aplicada a regra?
A proposta está em fase de consulta pública e deve ser votada nas próximas semanas. Se aprovada, ela entrará em vigor em 1º de outubro de 2025, tornando-se a primeira regulamentação oficial no Japão voltada especificamente ao tempo de tela de smartphones.
Apesar da natureza não obrigatória, a medida terá forte apelo educativo, com campanhas nas escolas e panfletos informativos destinados aos pais e responsáveis. O governo municipal também estuda parcerias com empresas de tecnologia para oferecer ferramentas que ajudem os usuários a monitorar o tempo de uso.
Reflexo de uma preocupação global
A iniciativa de Toyoake não é isolada. Em diversos países, governos e instituições vêm buscando formas de lidar com o uso abusivo de celulares, principalmente entre crianças e adolescentes. Na França, por exemplo, os smartphones foram banidos em escolas públicas até o ensino médio desde 2018.
Nos Estados Unidos, algumas escolas adotaram políticas de “armários digitais” ou bloquearam o sinal em determinadas áreas, enquanto no Brasil crescem os debates sobre o impacto do tempo de tela na infância.
População está dividida
Embora muitos pais e educadores apoiem a proposta, há críticas nas redes sociais japonesas sobre o possível caráter invasivo da medida, ainda que não haja sanções.
Um morador da cidade comentou em uma estação de TV local:
“Entendo a preocupação, mas deveria caber às famílias, não ao governo, controlar esse tipo de coisa.”
Por outro lado, uma professora do ensino fundamental da região celebrou:
“Se isso servir para iniciar um debate e conscientizar os pais, já será um passo enorme.”
Um primeiro passo simbólico
Mesmo sem força legal, a proposta de Toyoake poderá abrir caminho para outras cidades japonesas adotarem medidas semelhantes, especialmente diante do aumento de problemas de saúde mental entre jovens em todo o mundo.
E você, consegue imaginar sua vida limitada a 2 horas de celular por dia?
Conte pra gente: seria fácil ou um desafio? Participe nos comentários!
Fontes:
NHK, Japan Times, Mainichi Shimbun, Ministério da Saúde do Japão, Toyoake City Office