🤖🔓 CEO da OpenAI alerta: usar ChatGPT como terapeuta não garante sigilo legal

Em uma declaração recente que chamou atenção da comunidade tecnológica e médica, o CEO da OpenAI, Sam Altman, alertou sobre os riscos de privacidade e a ausência de confidencialidade legal quando usuários utilizam o ChatGPT como substituto de um terapeuta ou conselheiro psicológico. O aviso veio em meio ao crescente uso do modelo por jovens e adultos para tratar de questões pessoais, emocionais e até clínicas, o que levanta preocupações sobre o destino e a proteção desses dados sensíveis.

Segundo Altman, apesar do ChatGPT oferecer interações empáticas e parecer útil em momentos de angústia, os usuários precisam entender que não estão cobertos por nenhuma legislação de sigilo médico-paciente, como acontece em atendimentos conduzidos por profissionais licenciados em psicologia, psiquiatria ou medicina.

“Não há proteção legal como no consultório”

Durante uma entrevista publicada na última semana de julho de 2025 por veículos como The Verge e Axios, Sam Altman explicou que, embora a empresa implemente critérios rigorosos de privacidade, ela poderá ser legalmente obrigada a divulgar registros de conversas, caso envolvidas em investigações judiciais, processos legais ou mandados emitidos por autoridades.

“É importante ser transparente com o público: se você contar algo ao ChatGPT que normalmente contaria apenas a um terapeuta, esse conteúdo não estará protegido por sigilo profissional. Podemos ser obrigados, por lei, a revelar isso em determinadas circunstâncias”, afirmou Altman.

A fala do CEO reacende o debate sobre os limites do uso de modelos de linguagem em contextos emocionalmente sensíveis, especialmente com o avanço de integrações como ChatGPT Voice, memória personalizada e versões instaladas em dispositivos móveis que acompanham o usuário ao longo do dia.

Uso crescente como “apoio emocional digital”

Com mais de 100 milhões de usuários ativos por semana, o ChatGPT vem sendo utilizado informalmente por muitas pessoas como um “companheiro virtual”. Nas redes sociais, é comum encontrar relatos de jovens que usam o chatbot para falar sobre ansiedade, solidão, traumas e relacionamentos, dada a capacidade do modelo de responder com empatia, reforço positivo e escuta ativa simulada.

Contudo, especialistas em saúde mental alertam para os riscos de dependência emocional de uma IA não supervisionada, bem como para a possibilidade de respostas inadequadas, enviesadas ou até prejudiciais, já que o sistema não possui julgamento clínico, nem responsabilidade ética profissional.

A psicóloga clínica Mariana Lemos, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo, afirma que “embora a IA possa oferecer suporte temporário, ela não é substituta para acompanhamento profissional e não está sujeita aos códigos de ética das profissões da saúde”.

Consequências jurídicas e recomendações

A ausência de sigilo legal significa que, caso um usuário revele comportamentos ilegais, autoincriminatórios ou dados relacionados a terceiros, esses registros podem ser solicitados por tribunais ou agências de investigação em países onde a OpenAI opera. Diferente de um psicólogo ou médico, a empresa não pode garantir proteção absoluta sobre essas interações.

A OpenAI mantém em seus Termos de Uso e Política de Privacidade que as conversas podem ser revisadas por humanos em situações específicas, principalmente para treinar o modelo ou investigar abusos da plataforma — salvo quando o usuário desativa o armazenamento de histórico, opção que passou a ser oferecida no segundo semestre de 2024.

Altman também recomendou que qualquer pessoa enfrentando crises emocionais, pensamentos autodestrutivos ou quadros clínicos de saúde mental busque ajuda profissional ou serviços especializados, como linhas de apoio psicológico e hospitais.

Nota de transparência

Esta matéria foi baseada em declarações públicas verificadas de Sam Altman, CEO da OpenAI, entrevistas concedidas a The Verge, Axios e informações oficiais nos Termos de Uso e Políticas de Privacidade da OpenAI, atualizados até julho de 2025. A reportagem também consultou fontes da American Psychological Association, além de especialistas em ética digital. Não há especulações ou informações não confirmadas nesta publicação.

Você já usou um chatbot para desabafar? Acredita que a IA pode ajudar ou prejudicar nesses casos? Participe da discussão nos comentários!

Fontes: OpenAI, Sam Altman, The Verge, Axios, American Psychological Association, Universidade Federal de São Paulo