
AWS encerra abruptamente conta de desenvolvedor com 10 anos de trabalho após erro interno
A Amazon Web Services (AWS) está no centro de uma controvérsia após encerrar inesperadamente a conta de um desenvolvedor veterano, Abdelkader Boudih, conhecido na comunidade open-source pelo codinome Seuros. Com mais de dez anos de atividade contínua na plataforma, ele afirma que teve sua conta permanentemente suspensa sem aviso prévio e sem meios claros de recuperação, em um incidente que levanta sérias preocupações sobre a governança e transparência da infraestrutura em nuvem da AWS.
Segundo o próprio Boudih, tudo começou com um pedido de “verificação de login” por parte da Amazon, supostamente relacionado a uma medida de segurança. No entanto, ele alega que não havia documentação oficial sobre esse tipo de procedimento, o que gerou estranheza. Após falhar na tal verificação — cujos critérios não foram esclarecidos — sua conta foi encerrada, apagando todo o histórico de serviços, repositórios, dados e integrações associadas.
Explicação extraoficial aponta erro humano em testes internos
Embora a AWS não tenha feito uma declaração pública formal sobre o caso até o momento, uma fonte interna da empresa, em contato com outros desenvolvedores via canais informais, revelou que o incidente teria ocorrido durante um teste de rotina com contas inativas. Segundo essa explicação, um desenvolvedor da AWS teria executado um script destinado a simular a exclusão de contas com pouca ou nenhuma atividade — um processo padrão para testar sistemas de gerenciamento interno.
No entanto, devido a um erro de digitação no comando, o script teria apagado efetivamente todas as contas selecionadas, inclusive a de Seuros, que estava ativa. A ação não deveria ter qualquer efeito prático, mas, por falha humana e falhas nos protocolos de proteção, acabou resultando na exclusão real e irreversível das contas afetadas.
Comunidade reage com críticas e pedidos de responsabilidade
A situação gerou ampla comoção entre desenvolvedores, profissionais de TI e usuários da AWS. Muitos destacaram o risco de centralizar dados e infraestrutura em um provedor que pode, por erro interno, remover contas ativas sem notificação ou possibilidade imediata de restauração.
Outros apontam que, mesmo em caso de erro humano, é inaceitável que sistemas de uma empresa da magnitude da Amazon não incluam proteções básicas contra execução de comandos destrutivos acidentais — como confirmações adicionais, simulações obrigatórias ou revisões por pares.
O próprio Seuros comentou o caso no X (antigo Twitter), expressando frustração não apenas pela perda dos dados e do histórico de desenvolvimento, mas também pela falta de transparência da empresa após o ocorrido. “Trabalhei com a AWS por mais de 10 anos. Um dia, simplesmente, tudo desapareceu”, escreveu ele.
AWS mantém silêncio oficial
Até o fechamento desta matéria, a Amazon Web Services não havia emitido nenhuma nota pública oficial sobre o incidente, nem oferecido formas de restauração ou indenização. O caso reacende debates sobre os direitos dos usuários de serviços em nuvem e a responsabilidade das empresas frente a falhas operacionais.
Analistas avaliam que, se confirmadas as informações vazadas, o episódio pode gerar consequências regulatórias, especialmente em mercados onde a AWS atua fortemente com dados sensíveis, como saúde, educação e governos.
O incidente também deve pressionar a empresa a revisar seus procedimentos internos, melhorar a transparência com os clientes e reforçar medidas de proteção contra falhas humanas, especialmente em comandos de nível crítico.
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Fontes:
Declarações de Abdelkader Boudih, relatos da comunidade de desenvolvedores, fontes internas da AWS, X (Twitter), análise de especialistas em cloud computing