
O sistema operacional Android está prestes a receber uma mudança significativa: a implementação de reinicialização automática após 72 horas de inatividade. A novidade foi descoberta em versões de testes recentes do Android 15 e tem como principal objetivo melhorar a estabilidade e segurança dos dispositivos que permanecem longos períodos sem uso.
Essa nova funcionalidade, chamada internamente de “auto reboot after timeout”, foi identificada por desenvolvedores que analisam os códigos das compilações preview do sistema. Segundo esses especialistas, o recurso será ativado automaticamente em dispositivos que permanecerem completamente inativos por três dias consecutivos — ou seja, sem qualquer toque na tela, notificações, movimentos ou eventos em segundo plano.
Por que reiniciar automaticamente?
A reinicialização de um dispositivo eletrônico limpa caches temporários, reinicia serviços que podem estar travados e melhora o desempenho geral. Em servidores, por exemplo, reinicializações programadas são práticas comuns. Agora, o Google traz essa lógica para os dispositivos móveis, como forma de prevenir problemas relacionados ao uso contínuo sem reboot, algo que pode causar lentidão ou falhas no funcionamento de apps.
Além disso, há implicações de segurança: dispositivos que estão parados por longos períodos sem reboot e sem atualizações podem ficar vulneráveis. Reiniciar periodicamente pode garantir que sistemas críticos e patches de segurança sejam carregados corretamente.
Impacto para o usuário
A princípio, a funcionalidade está sendo testada de forma discreta, e o usuário poderá ser notificado antes que a reinicialização ocorra. Em alguns aparelhos, especialmente os voltados ao mercado corporativo, a reinicialização poderá ser aplicada de forma silenciosa e automática.
Para usuários comuns, essa medida pode causar estranhamento no início, especialmente se não forem informados sobre o motivo de o celular ter reiniciado. No entanto, a medida visa justamente preservar o desempenho e garantir uma experiência de uso mais fluida e segura a longo prazo.
Dispositivos com senhas, PINs ou biometria ativa precisarão de autenticação do usuário após o reboot. Isso significa que apps que dependem de inicialização automática, como alarmes ou rastreadores de localização, podem não funcionar até o desbloqueio manual do dispositivo.
Adesão gradual
Ainda não se sabe se essa funcionalidade será ativada por padrão em todos os dispositivos Android ou se ficará restrita a modelos específicos ou configurações corporativas via Android Enterprise. O Google também não confirmou oficialmente a inclusão desse recurso na versão final do Android 15, mas o fato de estar presente nas versões developer preview indica que está sendo considerado seriamente.
Fabricantes como Samsung, Xiaomi e Motorola poderão, eventualmente, personalizar o comportamento da funcionalidade conforme suas interfaces próprias (One UI, MIUI, etc.), o que pode incluir notificações prévias ou opções para desativar o recurso.
Tendência: mais automação e autocorreção
Essa mudança sinaliza uma tendência crescente no Android: a de criar mecanismos que automatizam a manutenção do sistema, sem depender da ação direta do usuário. Atualizações automáticas, gerenciamento inteligente de memória, bloqueio de apps em segundo plano e agora a reinicialização automática — tudo indica que o Android está caminhando para um modelo mais autônomo e proativo.
Para os usuários, resta acompanhar de perto como isso será implementado em cada dispositivo, e se haverá formas de personalizar ou desabilitar essa nova função.
O que você acha dessa nova função do Android? A reinicialização automática é útil ou pode atrapalhar? Comente sua opinião abaixo!
Fontes:
Google, Android Authority, 9to5Google, XDA Developers, The Verge