
O Google anunciou que dispositivos Android no Brasil terão recursos de proteção contra roubo ativados por padrão, uma iniciativa que faz do país o primeiro do mundo a implementar essa tecnologia em larga escala. A novidade, revelada em um evento em São Paulo, aplica-se a todos os aparelhos novos ou que passarem por uma restauração de fábrica. Entre as funcionalidades estão o Bloqueio por Detecção de Roubo, que trava a tela ao identificar movimentos bruscos típicos de furtos, e o Bloqueio Remoto, que permite desativar o dispositivo pelo Localizador (Find My Device) usando apenas o número de telefone associado. Essas medidas visam proteger dados pessoais e reduzir o valor de revenda de aparelhos roubados, desestimulando crimes.
A proteção contra roubo, segundo o Google, é implementada por meio de atualizações do Google Play Services e estará disponível em dispositivos com Android 10 ou superior, cobrindo a maioria dos smartphones em uso no Brasil. O Bloqueio por Detecção de Roubo utiliza inteligência artificial, sensores de movimento, Wi-Fi e Bluetooth para detectar comportamentos suspeitos, como quando o aparelho é arrancado da mão do usuário e o ladrão corre, pedala ou foge de carro. Quando acionado, o recurso trava automaticamente a tela, impedindo acesso imediato a aplicativos, contatos ou dados sensíveis, como informações bancárias. A funcionalidade, no entanto, só opera quando o dispositivo está desbloqueado e em uso, e pode ser desativada em situações de movimentos bruscos normais, como durante uma corrida, para evitar travamentos indevidos.
Outra ferramenta importante é o Bloqueio Remoto, que permite ao usuário travar o aparelho rapidamente acessando o site android.com/lock, informando o número de telefone verificado e completando um desafio de segurança. Esse método é mais ágil que o tradicional Localizador, segundo Suzanne Frey, vice-presidente de Produto para Confiança e Crescimento do Google, conforme reportado pela CNN Brasil. Caso o dispositivo esteja offline, o Bloqueio de Dispositivo Offline entra em ação, travando a tela automaticamente após um curto período sem conexão com a internet, como quando um ladrão desativa Wi-Fi ou remove o cartão SIM para evitar rastreamento.
Além disso, o Google reforçou a proteção contra redefinição de fábrica. Com a atualização, um ladrão não conseguirá configurar o aparelho sem as credenciais da conta Google ou a senha do proprietário, tornando o dispositivo praticamente inútil para revenda. Outras funcionalidades incluem o Bloqueio por Autenticação Fracassada, que trava a tela após várias tentativas incorretas de login, e o Espaço Privado, que permite ocultar aplicativos sensíveis em uma área protegida por PIN. Essas camadas de segurança exigem autenticação biométrica ou PIN para ações críticas, como desativar o Localizador ou alterar configurações sensíveis.
A iniciativa no Brasil foi motivada pelas altas taxas de roubo de smartphones, com quase 1 milhão de aparelhos furtados em 2022, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Google começou a testar essas funcionalidades no país em junho de 2024, com resultados positivos que levaram à expansão global, conforme noticiado pela TechCrunch. Em parceria com a Polícia Militar de São Paulo, o Google também permitirá que policiais bloqueiem aparelhos roubados durante o atendimento de ocorrências, com autorização da vítima, agilizando a proteção de dados, segundo o Metrópoles.
Embora as funcionalidades sejam ativadas por padrão em novos dispositivos, usuários de aparelhos existentes podem habilitá-las manualmente em Configurações > Google > Todos os serviços > Proteção contra roubo. O Google adverte que algumas funções, como o Bloqueio por Detecção de Roubo, podem não estar disponíveis em dispositivos mais antigos ou sem os sensores necessários. Além disso, a empresa está aprimorando os algoritmos para reduzir falsos positivos, garantindo que atividades cotidianas não acionem os bloqueios indevidamente.
A implementação no Brasil é vista como um marco na segurança mobile, mas especialistas destacam que a adoção depende de conscientização. A ferramenta Celular Seguro, lançada pelo governo brasileiro em colaboração com a Anatel e bancos, já registra 1,2 milhão de dispositivos, mas enfrenta desafios de adesão, conforme a Forbes. O Google planeja expandir a ativação padrão para outros países, mas ainda não divulgou um cronograma.
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Fontes: CNN Brasil, TechCrunch, Metrópoles, Forbes, Android Help, Google Blog.