A Amazon, uma das maiores empresas de logística e tecnologia do mundo, está dando um novo passo rumo à automação: de acordo com uma fonte ouvida pelo jornal britânico The Guardian, a empresa estaria testando o uso de robôs humanoides para realizar entregas de encomendas. A proposta é ambiciosa: permitir que essas máquinas acompanhem as vans de entrega da companhia e façam parte do processo logístico, entregando pacotes diretamente nas casas dos consumidores.
Segundo a fonte envolvida no projeto, os robôs foram desenvolvidos com o objetivo de atuar de forma colaborativa com os motoristas humanos. Em cenários práticos, enquanto o funcionário realiza uma entrega em um endereço, o robô poderia, simultaneamente, entregar um segundo pacote em outro local próximo. A estratégia visa não substituir os humanos, mas sim aumentar a eficiência das entregas, especialmente em áreas densamente povoadas ou com alta demanda.
Atualmente, os testes estão ocorrendo em ambientes controlados nos Estados Unidos, onde os robôs são avaliados em relação à sua capacidade de locomoção, manuseio de pacotes, e interação com diferentes tipos de terrenos e obstáculos comuns em áreas residenciais — como escadas, calçadas, portões e portas. A Amazon ainda não confirmou oficialmente os modelos de robôs utilizados, mas especialistas acreditam que a iniciativa está sendo feita em parceria com empresas especializadas em robótica avançada.
O plano da empresa inclui o avanço para testes de campo, onde os robôs serão colocados em situações reais de entrega. Essas excursões permitirão avaliar o desempenho das máquinas em tempo real, bem como coletar dados sobre a reação dos consumidores, o tempo médio de entrega, a confiabilidade do robô em diferentes condições climáticas e geográficas, e a capacidade de lidar com imprevistos.
Embora a ideia de robôs entregadores possa parecer futurista, a Amazon tem um histórico consistente de investimentos em automação e inteligência artificial. A empresa já utiliza robôs amplamente em seus centros de distribuição, onde desempenham tarefas como movimentação de estoques e separação de pedidos. Além disso, drones para entregas aéreas e veículos autônomos terrestres também fazem parte dos projetos em desenvolvimento pela gigante do e-commerce.
A introdução de robôs humanoides marca uma nova etapa, mais próxima da convivência com os consumidores. Diferente dos drones, que enfrentam restrições legais e desafios logísticos em áreas urbanas, os robôs terrestres têm maior liberdade de atuação e causam menos polêmica em termos de segurança aérea. No entanto, sua presença nas ruas ainda levanta questões sobre segurança pública, privacidade, confiabilidade e aceitabilidade social.
Críticos apontam que a dependência crescente de máquinas pode afetar o número de empregos disponíveis no setor de entregas, embora a Amazon afirme que a proposta atual é de colaboração homem-máquina, e não de substituição completa. A empresa acredita que os robôs podem ajudar a reduzir a carga de trabalho dos entregadores humanos, aumentar a produtividade e garantir que mais encomendas sejam entregues no menor tempo possível.
Ainda não há previsão oficial para a adoção em larga escala desses robôs, nem informações sobre os países que receberão os testes após os Estados Unidos. No entanto, analistas consideram que, caso a tecnologia se prove eficaz, é provável que a Amazon busque implementá-la em mercados estratégicos nos próximos anos.
O experimento reforça o posicionamento da Amazon como líder em inovação logística, e pode influenciar outras empresas do setor a adotarem soluções similares. A robótica aplicada à última milha da entrega — o trecho final até o consumidor — é considerada um dos maiores desafios da cadeia logística, e qualquer avanço nesse campo tem potencial para redefinir padrões globais.
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Fontes:
The Guardian, Amazon, especialistas em robótica