📆 Aconteceu no dia 6 de setembro de 1995.

Netscape lança Navigator 2.0 Beta e acende a Guerra dos Navegadores
Imagem ilustrativa

Netscape lança Navigator 2.0 Beta e acende a Guerra dos Navegadores


Em 6 de setembro de 1995, o Netscape Navigator 2.0 entra em beta com suporte a JavaScript e frames, inaugurando uma nova era da web

Em 6 de setembro de 1995, a empresa Netscape Communications lançava a primeira versão beta do Netscape Navigator 2.0, um marco histórico que não apenas introduziu recursos revolucionários à época, como também deu início à chamada Guerra dos Navegadores — uma das batalhas tecnológicas mais emblemáticas da década de 1990.

O Navigator 2.0 foi pioneiro ao trazer suporte nativo a tecnologias como JavaScript, frames, plug-ins e cookies, funcionalidades que moldaram a experiência da internet moderna. Até então, navegar pela web era uma experiência estática e limitada, mas com o lançamento dessa versão beta, os sites passaram a ter interatividade real, abrindo portas para aplicações dinâmicas e mais sofisticadas.

A chegada do JavaScript — linguagem de scripts desenvolvida em parceria com a Sun Microsystems — foi particularmente disruptiva. Ela permitia que ações fossem executadas diretamente no navegador, sem necessidade de contato com o servidor. Com isso, tornou-se possível validar formulários, reagir a cliques, modificar conteúdos em tempo real e muito mais — tudo sem recarregar a página.

Outro avanço introduzido pelo Navigator 2.0 foi o suporte a frames, possibilitando dividir a janela do navegador em seções independentes que podiam ser carregadas separadamente. Essa função era amplamente usada por portais da época, como Yahoo! e GeoCities, criando áreas fixas de navegação ao lado de conteúdos mutáveis.

Mas o lançamento do Navigator 2.0 também marcou o início de uma batalha comercial que definiria os rumos da internet por anos: a disputa entre Netscape e Microsoft. À época, o Navigator dominava o mercado com mais de 70% de participação. No entanto, a gigante de Redmond se movimentou rapidamente e, em agosto do mesmo ano, lançou o Internet Explorer 1.0, ainda rudimentar.

O embate se intensificaria nos anos seguintes, com a Microsoft integrando o Internet Explorer ao Windows de forma agressiva, prática que culminaria em processos antitruste. Apesar disso, o Netscape continuou inovando — mas acabou perdendo terreno à medida que a Microsoft ganhava domínio com sua distribuição massiva.

Em retrospecto, o lançamento do Navigator 2.0 Beta é visto como um ponto de inflexão na história da web. Foi nesse momento que a internet deixou de ser apenas um repositório de documentos estáticos e passou a se tornar um espaço interativo, programável e comercialmente promissor.

Hoje, JavaScript é um dos pilares da web moderna, sendo essencial para sites, aplicativos e serviços em nuvem. As ideias lançadas naquela versão beta se transformaram nos alicerces de plataformas como YouTube, Gmail, Facebook, e até mesmo frameworks modernos como React e Vue.js.

A trajetória do Netscape pode ter sido curta em termos comerciais — tendo sido adquirido pela AOL em 1998 e descontinuado anos depois —, mas o seu legado técnico permanece vivo e ressoa em praticamente todos os navegadores modernos.

Você usou o Netscape nos primórdios da internet? Ou acha que navegadores modernos estão mais complexos do que deveriam? Compartilhe sua memória ou opinião com a gente.

Fontes:
Netscape Communications, Internet Archive, Wired, Ars Technica, The Verge, documentos históricos da Mozilla Foundation

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Rolar para cima