Wolfenstein 3D Marca História dos Jogos FPS em 1992
Em 5 de maio de 1992, a indústria dos videogames foi transformada com o lançamento de Wolfenstein 3D, um jogo que não apenas popularizou o gênero de tiro em primeira pessoa (FPS), mas também estabeleceu um marco na história tecnológica dos jogos. Desenvolvido pela id Software e publicado pela Apogee Software, Wolfenstein 3D introduziu uma experiência imersiva e inovadora, com gráficos 3D rudimentares que, na época, eram revolucionários. Apesar de uma confusão comum associar o dia 8 de maio ao lançamento, registros oficiais confirmam que a data correta é 5 de maio, quando a primeira versão shareware do jogo foi disponibilizada para o público.
Wolfenstein 3D coloca o jogador no papel de William “B.J.” Blazkowicz, um espião aliado que, durante a Segunda Guerra Mundial, escapa da prisão nazista de Castle Wolfenstein e embarca em missões para deter os planos do regime. Dividido em seis episódios, o jogo combina ação frenética com uma narrativa simples, mas envolvente. A primeira versão shareware, que incluía o primeiro episódio, foi lançada gratuitamente, permitindo que jogadores experimentassem o jogo antes de comprar os episódios completos. Essa estratégia de distribuição foi fundamental para o sucesso do jogo, que vendeu mais de 100 mil cópias até o final de 1993, superando as expectativas iniciais da id Software, que esperava arrecadar cerca de US$ 60 mil.
O impacto técnico de Wolfenstein 3D foi significativo. John Carmack, programador principal da id Software, desenvolveu um motor gráfico que utilizava ray-casting, uma técnica que simulava ambientes 3D em tempo real, algo inédito para a maioria dos computadores da época. Diferentemente de jogos anteriores, como Castle Wolfenstein, que focavam em stealth e jogabilidade em visão superior, Wolfenstein 3D priorizou ação rápida, com o jogador enfrentando soldados nazistas, cães e chefes em labirintos tridimensionais. Essa mudança de foco, idealizada por John Romero, transformou o jogo em um marco, definindo as bases do gênero FPS que dominaria os anos seguintes.
O desenvolvimento do jogo levou cerca de seis meses, com um orçamento modesto de US$ 25 mil, cobrindo aluguel da equipe e salários de US$ 750 por mês por pessoa. O time da id Software, composto por talentos como Romero, Carmack, Tom Hall e Adrian Carmack, trabalhou intensamente para criar uma experiência que fosse acessível e impactante. A trilha sonora, composta por Bobby Prince, e os efeitos sonoros, incluindo gritos de inimigos como “Mein Leben!”, adicionaram uma camada de imersão que cativou os jogadores. A inclusão de elementos como paredes secretas e códigos de trapaça também trouxe um charme único ao jogo.
Wolfenstein 3D não apenas influenciou o design de jogos futuros, como o icônico Doom, lançado pela mesma equipe em 1993, mas também mudou a forma como os jogos eram distribuídos. O modelo shareware permitiu que a id Software alcançasse um público amplo, pavimentando o caminho para o sucesso comercial de outros títulos. Além disso, o motor gráfico de Wolfenstein foi licenciado para outros jogos, como Blake Stone e Rise of the Triad, demonstrando sua versatilidade e impacto na indústria.
Apesar de seu sucesso, o jogo enfrentou controvérsias, especialmente na Alemanha, onde foi banido em 1994 devido ao uso de símbolos nazistas, considerados inconstitucionais. A proibição só foi suspensa em 2019, após mudanças na legislação que passaram a considerar videogames como forma de arte. Essa controvérsia, no entanto, não diminuiu o legado de Wolfenstein 3D, que continua sendo reverenciado como o “avô dos jogos FPS” por sua inovação e influência duradoura.
Você já jogou Wolfenstein 3D ou algum outro clássico dos anos 90? Compartilhe suas memórias nos comentários e ajude a celebrar a história dos videogames!
Fontes: id Software, Apogee Software, The Verge