⏳Aconteceu no dia 2 julho de 1964

Lei dos direitos civis
Imagem ilustrativa gerada por IA

Lei de 1964 nos EUA impulsionou acesso à tecnologia

No dia 2 de julho de 1964, o então presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, sancionou um dos marcos mais importantes da história social e política americana: a Lei dos Direitos Civis (Civil Rights Act). Embora seja mais lembrada por proibir a discriminação com base em raça, cor, religião, sexo ou origem nacional, a legislação também teve impactos estruturais de longo prazo sobre o acesso à educação técnica e à inclusão tecnológica de grupos marginalizados.

Aprovada após anos de lutas intensas por parte do movimento dos direitos civis, a lei garantiu a obrigatoriedade de igualdade de tratamento em instituições públicas e privadas, incluindo escolas, universidades, centros de pesquisa e empresas tecnológicas. Essa nova base legal forçou mudanças profundas no sistema educacional e na indústria, abrindo espaço para que minorias raciais e mulheres tivessem acesso, pela primeira vez em larga escala, ao ensino técnico-científico e às primeiras oportunidades em setores de tecnologia de ponta.

Especialistas apontam que a assinatura da lei teve efeitos indiretos, mas decisivos, na democratização do ensino STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Antes da legislação, muitas universidades americanas — inclusive aquelas com programas de excelência em engenharia e ciência — mantinham práticas excludentes formais ou informais contra negros, latinos e mulheres.

Com a entrada em vigor da lei, instituições passaram a ser legalmente obrigadas a adotar critérios de admissão igualitários, além de promover ações afirmativas e ampliar a diversidade em cursos técnicos e científicos. Isso levou à formação de novas gerações de engenheiros, cientistas e programadores provenientes de comunidades até então excluídas do sistema.

Entre as décadas de 1970 e 1990, pode-se observar uma expansão no número de bolsas de estudo, programas de extensão tecnológica, centros de pesquisa comunitários e iniciativas patrocinadas por universidades e empresas como IBM, Bell Labs e NASA — todas elas amparadas em parte pelos princípios da Lei dos Direitos Civis e suas posteriores emendas e regulamentações federais.

O impacto não se restringiu ao campo educacional. O mercado de trabalho em tecnologia, até então majoritariamente branco e masculino, começou a incorporar profissionais de perfis diversos, o que também ajudou a moldar a indústria de forma mais aberta, plural e conectada à realidade social americana.

Apesar dos avanços, analistas alertam que a desigualdade no acesso à tecnologia ainda persiste em muitas regiões dos Estados Unidos, especialmente entre comunidades indígenas e rurais. No entanto, sem a Lei de 1964, os avanços estruturais obtidos nas últimas seis décadas dificilmente teriam ocorrido com a mesma profundidade.

Atualmente, diversos programas federais, como o Minority Science and Engineering Improvement Program (MSEIP) e as diretrizes de financiamento da National Science Foundation (NSF), seguem diretamente influenciados pelos princípios fundadores dessa lei, reafirmando seu papel central na construção de uma sociedade mais justa também no campo tecnológico.

Você acha que o Brasil também deveria adotar medidas mais firmes para garantir inclusão tecnológica nas periferias e comunidades menos assistidas? Comente sua opinião!

Fontes:
IEEE Spectrum, Biblioteca do Congresso dos EUA, National Science Foundation, arquivos da Casa Branca, U.S. Department of Education

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