2 de setembro de 2008: Google lança o navegador Chrome
Em versão beta, o navegador prometia velocidade, simplicidade e segurança — e se tornou líder mundial
Na manhã do dia 2 de setembro de 2008, o Google lançava oficialmente o Chrome, seu próprio navegador de internet, inicialmente em versão beta para Windows. À época, o mercado era dominado pelo Internet Explorer, da Microsoft, e o Firefox ainda lutava para conquistar usuários. Poucos poderiam prever que aquele novo navegador, com uma proposta minimalista e focada em desempenho, se tornaria o mais usado do mundo em menos de uma década.
Uma aposta ousada
O anúncio pegou muitos de surpresa, inclusive porque o Google era um dos principais financiadores do Firefox. Para explicar o novo passo, a empresa publicou uma história em quadrinhos desenhada por Scott McCloud, detalhando os conceitos por trás do navegador: separação de abas como processos independentes, um novo motor JavaScript batizado de V8, além de design simples, barra de endereço unificada e foco em segurança.
A proposta era clara: um navegador construído do zero, pensando na nova geração de aplicações web, como Gmail, YouTube e Google Docs — ferramentas cada vez mais sofisticadas e interativas, que exigiam mais dos navegadores tradicionais.
Interface enxuta, performance elevada
Quem testou o Chrome nos primeiros dias percebeu de imediato a diferença. As páginas carregavam mais rápido, a interface era limpa — praticamente só a aba e o conteúdo da página — e a estabilidade aumentava significativamente, já que travamentos em uma aba não derrubavam o navegador inteiro.
Naquela época, navegadores ainda estavam presos a paradigmas antigos, herdados dos anos 1990. O Chrome trouxe um novo paradigma, influenciado pelas necessidades modernas e, ironicamente, acabou influenciando também os concorrentes, que adotaram parte de suas inovações nos anos seguintes.
Da versão beta à liderança mundial
Inicialmente disponível apenas para Windows XP e Vista, o navegador foi rapidamente adaptado para macOS, Linux, Android e iOS, consolidando a presença do Google em múltiplas plataformas. Em 2012, apenas quatro anos após seu lançamento, o Chrome já havia superado o Internet Explorer em participação de mercado.
Hoje, mais de 65% dos usuários de desktop utilizam o Chrome como navegador principal. Seu código-fonte base, o Chromium, é usado em diversos outros navegadores, como Microsoft Edge, Opera, Brave e Vivaldi.
Muito além da navegação
O Chrome também foi a base para a criação do sistema Chrome OS, usado inicialmente em Chromebooks — que se tornaram populares especialmente em ambientes educacionais e corporativos. A plataforma evoluiu junto ao navegador, mantendo a filosofia de simplicidade, atualização automática e integração com os serviços do Google.
Além disso, o navegador se transformou em um verdadeiro hub de tecnologias web, incorporando suporte avançado para APIs, padrões modernos e funcionalidades como Progressive Web Apps, extensões e integração com IA generativa.
Uma lembrança pessoal
Quem viveu a internet dos anos 2000 provavelmente lembra das dificuldades de compatibilidade, travamentos constantes e interfaces poluídas. A chegada do Chrome foi, para muitos, como trocar um carro velho por um veículo moderno, silencioso e eficiente. Era o começo de uma nova era de navegação.
Você lembra quando usou o Chrome pela primeira vez? Já trocou de navegador desde então ou continua fiel ao Google? Compartilhe sua experiência com a gente!
Fontes:
Blog do Google, Ars Technica, The Verge, Scott McCloud’s Chrome Comic
