
Três astronautas fazem 1ª caminhada espacial conjunta em 1992
No dia 13 de maio de 1992, a NASA realizou um feito inédito na história da exploração espacial: a primeira caminhada espacial com três astronautas atuando simultaneamente fora de uma nave. O evento ocorreu durante a missão STS-49, do ônibus espacial Endeavour, e representou um marco técnico e operacional para futuras missões de montagem no espaço, como a da Estação Espacial Internacional (ISS).
A missão STS-49 foi a primeira do recém-lançado ônibus espacial Endeavour, construído para substituir o Challenger após sua trágica explosão em 1986. O principal objetivo da missão era capturar e reparar o satélite de comunicações Intelsat VI (F-3), que havia falhado em atingir sua órbita designada após um lançamento mal sucedido em 1990.
Após duas tentativas frustradas por equipes de dois astronautas, a NASA decidiu realizar uma ação inédita: enviar três astronautas ao espaço simultaneamente para executar a captura manual do satélite. Participaram da operação Pierre J. Thuot, Richard Hieb e Thomas Akers.
Com a complexidade da missão, os astronautas foram treinados para executar manobras coordenadas utilizando o braço robótico do ônibus espacial e ferramentas especiais para prender o Intelsat VI. A operação durou mais de 8 horas e demonstrou a viabilidade de múltiplas atividades extraveiculares (EVAs) sendo conduzidas de forma simultânea com segurança e eficiência.
Além de capturar com sucesso o satélite, a equipe instalou um novo motor de perigeu que permitiu ao Intelsat atingir sua órbita geoestacionária, restaurando sua funcionalidade como um dos principais canais de transmissão de telecomunicações da época.
O feito da caminhada espacial tripla também teve implicações importantes para a engenharia espacial. A missão forneceu dados valiosos sobre:
- O comportamento de múltiplos astronautas em microgravidade;
- A interação entre sistemas robóticos e operações manuais no espaço;
- A ergonomia de trajes espaciais durante tarefas prolongadas;
- Os limites físicos e mentais do trabalho extraveicular em equipe.
Essas informações foram decisivas para o planejamento de futuras missões envolvendo montagem e manutenção de grandes estruturas orbitais, como a ISS (International Space Station), cuja construção começou apenas alguns anos depois.
O comandante da missão, Daniel Brandenstein, destacou que o sucesso da operação foi resultado da integração de tecnologia, planejamento minucioso e trabalho em equipe. A missão STS-49 incluiu um total de 4 caminhadas espaciais, sendo esse o maior número já realizado em uma única missão até então.
O ônibus espacial Endeavour retornou à Terra em 16 de maio de 1992, encerrando uma das missões mais técnicas e exigentes da NASA até aquele momento. A operação elevou o padrão de atuação da agência e consolidou a confiança em operações de resgate e montagem no espaço profundo.
Atualmente, a façanha da STS-49 é estudada em centros de treinamento da NASA e outras agências espaciais como um exemplo de planejamento de missão adaptável e de execução sob condições adversas. Também é frequentemente citada em estudos sobre psicologia do trabalho em ambientes extremos e cooperação em situações de risco.
O feito de 13 de maio de 1992 representa não apenas um avanço tecnológico, mas também um símbolo da resiliência da exploração espacial após o trauma do Challenger. Mostra como a união de ciência, engenharia e coragem pode ultrapassar os limites do possível.
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Fontes:
NASA, Smithsonian National Air and Space Museum, ESA, Historical NASA Missions Archive, Space.com