
Juiz rejeita proposta de dividir Chrome e Android, mantendo modelo de negócios da Big Tech quase intacto
As ações da Alphabet, controladora do Google, dispararam 9% após uma decisão judicial favorável à empresa em um dos maiores processos antitruste da história recente dos Estados Unidos. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (5) e marca um importante ponto de inflexão na batalha entre o governo norte-americano e as gigantes da tecnologia.
O Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) buscava medidas duras contra a empresa, incluindo a cisão de partes centrais do negócio, como o navegador Chrome e o sistema operacional Android. A alegação era de que essas plataformas foram utilizadas de forma indevida para consolidar o domínio do Google no mercado de buscas e publicidade digital.
No entanto, o juiz responsável rejeitou a maior parte dos pedidos, autorizando o Google a manter suas práticas comerciais essenciais, como contratos de exclusividade com fabricantes de smartphones e navegadores.
Modelo de negócios intacto
Na prática, o Google poderá continuar pagando empresas como Apple, Samsung e Mozilla para que os seus serviços — como o Google Search e o Chrome — sejam pré-instalados ou definidos como padrão em celulares, tablets e computadores.
A única exigência do tribunal foi o maior compartilhamento de dados relacionados às buscas e algumas restrições pontuais aos contratos de exclusividade, que ainda deverão ser melhor detalhadas em fases posteriores do julgamento.
Reação do mercado
Logo após a divulgação da decisão, o mercado reagiu positivamente. As ações da Alphabet fecharam o dia em forte alta, acumulando ganhos de 9%, o que representa bilhões de dólares em valor de mercado recuperado.
Analistas veem a decisão como um alívio para todo o setor de tecnologia, que vive sob constante ameaça de regulações mais severas. “Essa vitória do Google pode indicar um entendimento mais flexível do Judiciário sobre a complexidade dos modelos digitais”, afirmou uma fonte ligada ao setor jurídico em entrevista à Bloomberg.
Impacto nos consumidores e concorrência
A grande dúvida agora é: o que muda para os usuários? No curto prazo, praticamente nada. O Google continuará a dominar o mercado de buscas, com quase 90% de participação global, segundo dados da StatCounter. Já concorrentes como DuckDuckGo, Bing e Brave devem continuar lutando por espaço com estratégias de nicho.
Especialistas em regulação alertam, no entanto, que a falta de imposições mais duras pode inibir a inovação e dificultar o surgimento de alternativas viáveis, sobretudo no setor de navegadores e serviços de busca móvel.
Um recado para Washington
A derrota parcial do Departamento de Justiça pode dificultar novas tentativas de “quebrar” big techs, como Amazon, Apple e Meta. Ao mesmo tempo, levanta o debate sobre os limites das ações judiciais em um cenário digital em constante evolução.
“O Google venceu esta batalha, mas a guerra regulatória está longe do fim”, disse um professor de Direito da Universidade de Stanford à Reuters.
Você concorda com a decisão do tribunal? Acredita que as big techs deveriam ser divididas? Deixe sua opinião nos comentários!
Fontes:
Reuters, Bloomberg, CNBC, The Verge, Departamento de Justiça dos EUA