
Pela primeira vez, o projeto COSMOS-Web, apoiado pela NASA, disponibilizou ao público 1,5 terabytes de dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), conforme anunciado em 5 de junho de 2025 pelo site ExtremeTech. Este é o maior conjunto de observações do espaço profundo já aberto para uso público de uma só vez, abrangendo informações sobre cerca de 800 mil galáxias. Entre dezembro de 2021, quando o JWST foi lançado, e junho de 2025, o projeto acumulou mais de 250 horas de observações em 150 visitas, resultando em um catálogo detalhado com dados fotométricos, medições estruturais, redshifts e parâmetros físicos dessas galáxias. A iniciativa, liderada por cientistas da Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, e do Rochester Institute of Technology, promete ampliar o acesso à ciência astronômica, mas exige conhecimento técnico avançado para análise.
Jeyhan Kartaltepe, astrofísica do Rochester Institute of Technology e co-líder do COSMOS-Web, destacou em entrevista ao Space.com que o objetivo é tornar os dados acessíveis não apenas a cientistas, mas também a entusiastas da astronomia. “A esperança é que qualquer pessoa, em qualquer instituição, possa usar esses dados para suas próprias pesquisas”, afirmou Kartaltepe durante o anúncio. O COSMOS-Web, uma continuação do Cosmic Evolution Survey (COSMOS) iniciado em 2002 com o Telescópio Espacial Hubble, visa mapear as estruturas mais antigas do universo, incluindo a Era de Reionização – os primeiros bilhões de anos após o Big Bang –, a evolução de galáxias massivas e a interação entre matéria escura e visível. O projeto envolve mais de 200 pesquisadores de 12 países, conforme detalhado no site da Linux Foundation.
Os dados, capturados pelas câmeras de infravermelho próximo (NIRCam) e infravermelho médio (MIRI) do JWST, cobrem uma área de 0,54 graus quadrados no céu com a NIRCam e 0,2 graus quadrados com a MIRI, equivalente a cerca de três luas cheias lado a lado. O catálogo interativo, processado com o supercomputador francês CANDIDE no Institut d’Astrophysique de Paris, inclui mosaicos de imagens e permite que usuários busquem objetos celestes específicos ou visualizem suas propriedades, segundo o The Register. A equipe do COSMOS-Web passou dois anos alinhando e limpando mais de 10 mil exposições individuais, corrigindo artefatos inesperados, como padrões de ruído, para garantir a qualidade dos dados.
Apesar de o JWST gerar cerca de 20 terabytes de dados brutos por ano, conforme relatado pela Tom’s Hardware, o processamento desses dados em formatos úteis para análise científica é um desafio significativo. Anton Koekemoer, astrônomo do Space Telescope Science Institute e membro do COSMOS-Web, explicou em um comunicado da NASA que “o processamento exige supercomputadores e expertise técnica para transformar dados brutos em catálogos científicos”. Isso torna o acesso aos dados mais complexo para o público geral, mas a equipe forneceu um catálogo fotométrico completo e ferramentas interativas no site cosmos-web.org para facilitar o uso por pesquisadores amadores e profissionais.
O impacto científico dos dados é vasto. O JWST, projetado para observar no espectro infravermelho, detecta luz de galáxias distantes que, devido à expansão do universo, aparece como infravermelho após bilhões de anos de viagem. Isso permite estudar galáxias formadas apenas 350 a 450 milhões de anos após o Big Bang, com redshifts de 10,5 a 12,5, como descrito pela ExtremeTech. Kartaltepe observou que o JWST revelou dez vezes mais galáxias do que o esperado em distâncias extremas, desafiando modelos anteriores sobre a formação do universo. Além disso, o catálogo abre novas avenues de pesquisa, como a análise de grupos de galáxias que existiam quando o universo tinha apenas 1,9 bilhão de anos, segundo a ESA.
As informações sobre a liberação dos dados são 100% confirmadas por fontes primárias, incluindo comunicados da NASA, Linux Foundation e ExtremeTech. No entanto, projeções sobre o impacto científico futuro, como novas descobertas a partir do catálogo, são baseadas em expectativas da equipe COSMOS-Web e devem ser tratadas como especulativas. A menção ao volume total de dados do JWST (20 terabytes anuais) é corroborada por fontes secundárias, mas não foi detalhada pela NASA no contexto do COSMOS-Web.
A liberação de 1,5 terabytes de dados do JWST pelo COSMOS-Web democratiza o acesso à astronomia, oferecendo uma janela sem precedentes para o universo primitivo. A iniciativa reforça o compromisso com a ciência aberta, mas também destaca a necessidade de infraestrutura avançada para explorar plenamente seu potencial. O catálogo promete inspirar desde cientistas profissionais até entusiastas, redefinindo nossa compreensão do cosmos.
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Fontes: ExtremeTech, NASA, Space.com, The Register, Tom’s Hardware, Linux Foundation, ESA